Um caso emblemático de violência contra a mulher, o assassinato de Maria Jaciara Ferreira entrou em julgamento na manhã desta quinta-feira, no fórum da comarca de Coruripe, município onde o crime aconteceu ha dois anos, em março de 2017. O reu, Alberdan de Souza Ferreira, é ex-marido da vítima e pai de sua filha.
O julgamento conduzido pelo juiz Mauro Baldini integra as ações da Semana da Justiça pela Paz em Casa, que visa dar mais celeridade aos processos envolvendo violência doméstica. O corpo do júri popular é composto por seis mulheres e um homem.
Alberdan é acusado de homicídio praticado por motivo fútil; asfixia e prática de tortura ou outro meio insidioso ou cruel; por ter agido à traição, mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima; e pelo crime de feminicídio.
Constam nos autos depoimentos de testemunhas que afirmam a ocorrência de brigas constantes do casal, a maioria motivada por questões relacionadas à guarda e a pensão da filha. Jaciara desapareceu no dia 30 de março de 2017, e seu corpo apareceu três dias depois, numa estrada vicinal do povoado Lagoa do Pau, em Coruripe, já em estado de decomposição.
A última vez que ela foi vista, estava entrando num carro branco, modelo Duster, da Renault – o mesmo modelo do carro que, segundo testemunha, teria sido usado por Alberdan, ao sair da casa do pai, no dia do seu desaparecimento.
Aberdan chegou a negar envolvimento com o crime, em depoimentos iniciais, mas acabou confessando a autoria diante das diversas contradições detectadas pelas investigações. Disse que os dois se encontraram para conversar, mas começaram a discutir dentro do carro, entraram em luta corporal e ele acabou asfixiando-a com uma “gravata” e arrastando-a, desacordada, para um local deserto, onde acabou de matá-la com golpes de barra de ferro.
- Com informações da Dircom/TJ e foto de Antônio Aragão