Uma jornada de aventura para amantes da boa montaria: Cerca de 50 pessoas, entre cavaleiros e amazonas, iniciam na madrugada desta sexta-feira (11), a VII Cavalgada de Reis, saindo do povoado de Apolônia, no município de Satuba, com destino à cidade de Paulo Jacinto, no Zona da Mata alagoana.
O evento, pensado, inicialmente, apenas para o lazer familiar, ganhou adesões e virou tradição, reunindo dezenas de cavaleiros, sempre no mês de janeiro, próximo aos festejos dos Santos Reis (cujo dia comemorativo é 6 de janeiro).
São dois dias de viagem – com paradas estratégias para descanso dos animais e dos cavaleiros – num percurso de aproximadamente 80 quilômetros de chão, desfrutando de muita animação e de belas paisagens que a natureza desenha ao longo do caminho, passando, a partir de Satuba, de onde sai às 5h da manhã desta sexta-feira, por trechos dos municípios de Rio Largo, Pilar, Atalaia, Capela, Cajueiro e Viçosa, até chegar em Paulo Jacinto, o que geralmente ocorre na tarde do sábado.
O percurso, embora seja feito, em sua maior parte, pela zona rural, é um elo na história de vida dos organizadores do evento – José Delival de Almeida (Copal) e família. Paulo Jacinto é a cidade de suas raízes familiares, onde Delival viveu parte da infância e da adolescência; onde moravam seus pais – Jason Gonzaga e Diná – e para onde sempre voltava nas férias escolares. Satuba é a cidade onde passou grande parte de sua vida adulta, desde os anos escolares na Escola Agrotécnica; e onde nasceram e foram criados seus filhos.
Inicialmente, a ideia de Copal era apenas recriar esse caminho, tantas vezes percorrido de automóvel, mas dessa vez desfrutando com os filhos o prazer de uma boa cavalgada. ,
DIVERSÃO E BOA COMPANHIA
A cavalgada era um sonho que acabou se concretizando com a força da família e a adesão dos amigos, mas não foi fácil consolidar o evento. “Tentamos a primeira vez, no final da década de 80. Juntamos alguns amigos de Satuba – 11 pessoas – mas não conseguimos chegar a Paulo Jacinto. Passamos parte da madrugada chuvosa perdidos nas matas da Utinga”, conta Delival. A segunda vez, ele foi com o filho mais velho e um amigo. Saíram de Satuba à tarde, dormiram em Capela e no dia seguinte chegaram a Paulo Jacinto.
Mas apesar do êxito, a ideia foi congelada por algum tempo, até sete anos atrás, quando, incentivado pelos filhos, Copal se empolgou. “Íamos fazer só nós mesmos, eu e meus filhos, mas aparecerem alguns amigos interessados, o grupo foi crescendo e hoje estamos beirando os 50 participantes”, conta ele.
Aislan de Araújo Sampaio participou a primeira vez, cinco anos atrás, e nunca mais deixou de ir. “É um trabalho tremendo, mas o prazer é imenso quando a gente chega aqui e começa a se preparar para a jornada, desfrutar das belezas que Deus nos deu, cavalgando entre amigos. Essa é a melhor cavalgada que conheço, e a gente espera o ano inteiro, ansioso para estar aqui”, destaca ele.