O Supremo Tribunal Federal tem uma maioria a favor de pautar o julgamento das duas ações sobre a prisão de condenados na segunda instância. E a presidente Cármen Lúcia não faz parte deste grupo.
Uma eventual mudança no entendimento da Suprema Corte beneficiaria de forma instantânea Lula, que está a um passo da prisão. Mais importante: abriria a cela de todos os condenados da Lava Jato.
Segundo informações de Jozias de Souza, numa eventual votação, levantada em uma “questão de ordem”, a proposta de levar à pauta as ações sobre prisão em segunda instância pode obter a adesão de até 8 dos 11 ministros da Suprema Corte. Ou seja, com Cármen Lúcia apenas dois aliados.
Se confirmado, o questionamento público a ser dirigido a Cármen Lúcia representará um constrangimento inédito. “Nunca aconteceu na história do Supremo”, disse Celso de Mello. “Ao menos nos quase 29 anos que estou aqui.”
Foi para evitar o desconforto que o decano disse ter sugerido uma reunião da presidente do Supremo com os demais ministros. Mas o encontro, que deveria ter ocorrido nesta terça-feira, foi melado por um jogo de empurra. Não que os ministros estejam se desentendendo com Cármen Lúcia. Na verdade, eles já nem se falam.