Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou que o governo de Jair Bolsonaro pode ter liberado quase R$ 2 bilhões de forma irregular em pagamentos dos auxílios emergenciais a taxistas e caminhoneiros, em pleno período eleitoral de 2022.
Conforme o levantamento da CGU, no caso dos taxistas, de cada 10 beneficiários, oito não cumpriram os requisitos legais previsto na emenda à Constituição que criou o auxílio e embolsaram 75% de toda a verba destinada à categoria. Entre os caminhoneiros, 25% dos beneficiários não se enquadram nos critérios para liberação dos recursos orçamentários.
De acordo com a CGU, 246,7 mil pessoas tiveram acesso ao Auxílio Taxista sem preencher as condições necessárias para o benefício. E podem ter recebido irregularmente R$ 1,39 bilhão. No caso do Auxílio aos Transportadores Autônomos de Cargas — Auxílio Caminhoneiro —, o prejuízo soma, pelos cálculos dos auditores, R$ 582,87 milhões, que foram transferidos para 110 mil pessoas de forma irregular, em um universo de 402,7 mil beneficiários do programa.
Nos dois casos, o órgão de fiscalização e controle descobriu que até mortos receberam o dinheiro, pago em seis parcelas de R$ 1 mil entre julho e dezembro, período mais quente da campanha eleitoral em que o então presidente Jair Bolsonaro tentava o segundo mandato na disputa com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A investigação revela “potenciais falhas em controles internos na operacionalização do programa”, segundo nota divulgada pela CGU.