21 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Com nova queda da Selic, Brasil agora é “só” o 2º lugar em ranking de juros reais

Taxa de 6,11% ao ano é inferior à do México, mas superior à da Colômbia e Chile

O Brasil não é mais o líder mundial no ranking de juros reais com a redução da taxa básica para 11,75% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (13).

Leia mais: Copom reduz juros básicos da economia para 11,75% ao ano

O juro real no Brasil agora é de 6,11% ao ano, inferior ao do México (6,58%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou. A taxa é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,9%, considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente.

Os dois países trocaram de posição em relação ao verificado na reunião do comitê de novembro, quando o Brasil estava em primeiro lugar, com uma taxa de 6,9% ao ano.

Copom

O comportamento dos preços fez o Banco Central (BC) cortar os juros pela quarta vez seguida. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros básicos da economia, em 0,5 ponto percentual, para 11,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros .

Em comunicado, o Copom informou que continuará a promover novos cortes de 0,5 ponto nas próximas reuniões, mas não detalhou quando parará de reduzir a taxa Selic. Segundo o BC, o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária”.

A taxa está no menor nível desde maio do ano passado, quando também estava em 11,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.