19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Conheça os membros da “bancada da morte infantil”, contrários à vacinação da Covid-19

Nomes como Bia Kicis, Julia Zanatta e Kim Kataguiri acham ‘descabida’ a ação de sujeitar jovens à vacinação; Em 2024, 48 jovens de até 14 anos morreram

Bia Kicis, Julia Zanatta (autora do projeto) e Kim Kataguiri estão entre os que aprovaram na CCJ recurso contra vacinação infantil para prevenção da Covid-19

O Congresso brasileiro possui, de maneira informal, bancadas que se reúnem par votar de acordo com seus credos e, principalmente, interesses financeiros. As mais infames são as bancadas da bala (segurança se resume a bandido bom é bandido morto), boi (voltada para o agro em detrimento ao demais) e bíblia (autoexplicativa).

Pois bem: especialmente desde a pandemia, um grupo vem se esforçando ao máximo para informalizar mais uma bancada que terá repercussões negativas em curto prazo: a bancada da morte infantl.

São os que defendem e legislam a favor de desinformações quanto a vacinas, algo crítico durante a pandemia da Covid-19, e que continuam agindo para “defender o direito de adoecer”. E reforçaram sua aposta ontem, em votação ontem (28) na CCJ.

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou, por 28 a 14, um recurso para que volte a tramitar na Casa um projeto que quer anular a nota técnica do Ministério da Saúde que prevê a inclusão da vacinação contra a Covid-19 no Calendário Nacional de Vacinação Infantil.

O Projeto de Decreto Legislativo n° 486/23, pautado pela bolsonarista Julia Zanatta (PL) argumenta a favor da autonomia das famílias em aplicarem as vacinas, sem intervenção estatal. Ela justifica em sem projeto que a medida do Ministério da Saúde seria ‘descabida’ e sujeitaria as crianças a riscos adversos das vacinas.

Como ficou a votação na CCJ

Votaram aprovando o texto de Zanatta, nomes como Bia Kicis (PL), que ajudou a promover mortes durante a pandemia e Kim Kataguiri, eterno membro do “Movimento Brasil Livre”, além de diversos delegados e outros membros do parlamento que se dizem a favor da defesa da família brasileira. Curiosamente, suas ações estão implicando na morte de inocentes.

Crianças ainda estão morrendo

Ainda hoje, quatro anos depois do início da pandemia de Covid-19, declarada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), ainda morrem no Brasil a cada quatro dias ao menos três crianças ou adolescentes de até 14 anos, em média, devido a complicações da doença.

Em 2024, foram 48 mortes por Covid até o último dia 8. O número indica uma média de 0,71 morte ao dia ou de 2,8 mortes a cada quatro dias. Elas representam 32,4% dos falecimentos deste grupo etário por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).

Segundo análise i do boletim Observa-Infância, produzido com dados do Sivep-Gripe/Fiocruz das nove primeiras semanas de cada ano, entre 2021 e 2024, as baixas taxas de cobertura vacinal estão associadas à persistência da mortalidade nessa faixa etária.

Número esses que podem aumentar, apesar de o Ministério da Saúde iniciar, nesse ano, o uso de escolas públicas como postos de vacinação. A cobertura vacinal seria a maior defesa para reduzir a mortandade da Covid-19, que não desaparecerá, da mesma forma que a influenza chegou para ficar.

Em tempo: que essa vitória da bancada morte infantojuvenil, uma derrota para o restante da população, não os empolgue e passem a atacar outras vacinas importantes, como a contra poliomielite. Que Deus nos proteja dos conservadores que atentem em criar uma bancada da paralisia infantil.