19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

CPMI do golpe autoriza acesso a processo sobre vacinação de Bolsonaro

Também foram aprovadas convocações de Anderson Torres, Braga Netto e Mauro Cid

Após embate entre oposição e governo, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro aprovou o acesso aos dados sobre a investigação que apura a suposta fraude na caderneta de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.   

O pedido do senador Rogério Carvalho (PT-SE) aprovado requer acessar “em formato digital, dados extraídos de celular e outras provas referentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro, obtidos pela Polícia Federal na Operação Venire, deflagrada com objetivo de investigar fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente, de familiares e de assessores”.

O requerimento pede ainda que o Diretor-Geral da Polícia Federal preste informações sobre o caso.

A medida gerou protestos da oposição. O deputado Filipe Barros (PL-PR) argumentou que o requerimento não tem relação com o tema da CPMI.

“Nós da oposição não temos dificuldade em votar absolutamente nenhum requerimento, com exceção daqueles que não tem pertinência temática”.

Os deputados Nicolas Ferreira (PL-MG), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Carlos Sampaio, além dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Magno Malta, acompanharam Barros e criticaram o requerimento como sendo sem relação com a CPMI.

Em seguida, a oposição apresentou requerimento para excluir o pedido de acesso aos dados da Operação Venire, mas acabou derrotada por 20 votos contra 11.

Bolsonaro é investigado por supostamente alterar o cartão de vacinação para conseguir entrar nos Estados Unidos da América, uma vez que o país exige a vacinação contra a covid-19 para ingressar no território.

Convocados

A CPMI também aprovou hoje a convocação do ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Também vão ser chamados os generais Augusto Heleno e Braga Netto.

O presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), sugeriu que primeiro fossem votados em bloco todos os requerimentos consensuais entre os parlamentares. Os demais pedidos, com divergências entre deputados e senadores, seriam analisados separadamente. Ao todo, a pauta do dia tinha 285 itens.