7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Cresce número de barragens sob risco de ruptura no país

Situação em Canoas, Rio Largo, piorou

Segundo relatório da ANA (Agência Nacional de Águas), que considera dados de 2017, ao menos 45 barragens do Brasil estão vulneráveis e podem apresentar risco de rompimento. No ano anterior, o relatório indicava 25.

A maioria das barragens classificadas como vulneráveis estão no Nordeste, especialmente na Bahia e em Alagoas, e mais da metade (25) são de responsabilidade do poder público. Nove já eram consideradas de risco no relatório de 2017, indicando que nada ou muito pouco foi feito para recuperá-las.

Barragem de Rio Largo, Reprodução Bom Dia Brasil

Os problemas citados são muitos: rachaduras, infiltrações, buracos, vertedores (que medem a vazão da água) quebrados e falta de documentação que comprove a segurança do reservatório.

Em Santa Bárbara, no Rio Grande do Sul, seriam necessários R$ 10 milhões para corrigir falhas na comporta e em outros componentes da estrutura.

E só a barragem de Jucazinho, em Pernambuco, necessita de R$ 40 milhões para voltar a atender os padrões de segurança.

O balanço da ANA obtido pela Folha é o segundo produzido após o maior desastre ambiental da história recente do país, quando o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), sob responsabilidade da mineradora Samarco, provocou a morte de 19 pessoas e poluiu o rio Doce, em novembro de 2015.

Alagoas

Em 2016, sete barragens no estado de Alagoas estavam com a estrutura comprometida. Do total, três foram identificadas como de alto risco: Canoas, em Rio Largo; Gulandim, Prado, São Francisco e Bosque IV, em Teotônio Vilela e Francisco Alves e Progresso, em Coruripe.

Este ano, o número caiu para seis, mas desta vez a situação em Canoas piorou. Até mesmo o vertedor, que é por onde a água deveria passar quando a barragem está cheia, está quebrado.

Segundo a SEMARH-AL (Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas), os acionistas da usina responsável pela barragem já tiveram que reduzir o nível da água por causa do problema no vertedor e também cobriram partes do solo com lonas, para tentar conter a erosão.