3 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
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Da idiotização a covardia, apenas isso, o legado de Bolsonaro no Brasil

Pergunta de quem caiu na real: “Que tipo de líder deixa seu país antes de terminar o mandato sem dizer nada, sem honrar os que se sacrificaram por ele?

Bolsonaro fugiu, deixou sua trupe ao relento e curte a vida nos EUA

Quem “governou” apenas para os ricos e brutamontes que andavam adormecidos, sabe bem o que aprontou para fortalecer as correntes do status de uma elite perversa, dos defensores do autoritarismo e da tirania.

O desmonte das políticas públicas, promovido nos últimos 4 anos, foi tamanho que 19 milhões de brasileiros estão hoje em situação de fome, em meio ao descaso e a indiferença no futuro de toda essa gente.

O Brasil viveu um estágio nefasto (de gestão) de um chefe de Estado com desprezo pela vida dos semelhantes, de omissão às necessidades da massa trabalhadora, mas ao mesmo tempo de glorificação dos poderosos, donos de iates, jatinhos, jet ski e dos senhores do rentismo na bolsa e paraísos fiscais.

Depois disso foi só o culto racista, misógino, homofóbico e o negacionismo explícito da ciência, da arte, da cultura, do meio ambiente, da educação e da saúde.

Mas, além disso, o apreço pela violência, as armas, a tortura e a morte de jovens negros e pobres na periferia do País.

Daí o surgimento de uma ampla camada idiotizada da população, que passou a defender a barbárie por todos os lados. E o pior: Em nome de Deus e da família.

Essa gente, sem noção, passou de imediato a enxergar como inimigos todos os que questionavam os procedimentos medievais e pregavam a democracia com transparência e respeito às diferenças. Esses ganharam a alcunha de comunistas.

Enfim, a idiotização recrudesceu para o apoio ao golpe militar, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e de toda e qualquer instituição que exigisse o cumprimento do Estado Democrático de Direito.

Em meio a tresloucada e alucinada horda, o País teve que conviver com o delírio de senhorzinho, senhorinha e oportunistas de plantão nas portas dos quarteis, que esperavam até discos voadores para expurgar da face da terra os que não rezavam em suas cartilhas.

Sem dúvidas, uma gente manipulada pelos discursos de ódio e as redes de fakes news. E todos vivendo o sonho que o chefe de Estado, cultuador da ditadura e da tirania, iria lhes atender no clamor da opressão aos diferentes.

Só que o chefe silenciou, chorou, se escondeu – feito menino amarelo que faz o malfeito – e depois fugiu para bem longe.

Quando alguns começaram a se dar conta da idiotice em que viviam, bem como da real falta da liderança que os colocou em tamanha barca furada, logo arrumaram seus panos e saíram de fininho. Outros mais atirados ficaram a berrar, pirados, chamando de covardes os que se foram.

À luz da realidade clareando os menos exaltados, surgiram também os terroristas declarando guerra. Muitos exibiram suas armas. “Ele não sobe a rampa”. A ameaça era constante.

Mas, eis que o novo chefe de Estado aparece, toma posse e sobe a rampa com o povo. E esse mesmo povo lhe coloca a faixa presidencial, sob os gritos festivos da multidão na esplanada. Foi uma festa cívica, democrática, plural.

Agora, do passado mesmo, a marca que ficou foi a declaração de Julian Lemos, ex-coordenador no Nordeste da campanha de reeleição do tirano derrotado. Ele disse com todas as letras:

              “Que tipo de líder deixa seu país antes de terminar o mandato sem dizer nada, sem honrar os                    que se sacrificaram por ele ? Até para morrer é preciso ter honra. Bolsonaro é o homem                            mais covarde que já conheci”.