O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar esta semana um processo onde o senador Ciro Nogueira (PP), atual Ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, é acusado de corrupção e de ter ameaçado de morte uma testemunha.
A testemunha é o ex-assessor parlamentar, José Expedito Rodrigues Almeida, que denunciou no processo ter transportado dinheiro vivo para Ciro Nogueira. Devido as ameaças que sofreu, a justiça determinou que o assessor parlamentar fosse incluído em um programa de proteção de testemunhas.
Neste processo são acusados pela Procuradoria-Geral da República, além de Nogueira, o deputado federal pernambucano Eduardo da Fonte (PP) e o ex-deputado por Roraima Márcio Junqueira.
Junqueira, que está sem mandato desde 2015, chegou a ficar seis meses preso em 2018 após ser gravado dando dinheiro e tentando convencer Almeida a retirar e desmentir depoimentos feitos anteriormente.
“Vamos fazer o seguinte: nós vamos fazer um termo [de declaração], que você foi na federal, que você está sendo coagido e o c…, que tão te pressionando”, disse ele a Almeida na conversa, ocorrida em Brasília.
A gravação foi feita em 2018 sob monitoramento de policiais federais, dentro de uma ação controlada (tipo investigação policial no qual um colaborador é acompanhado a distância ao interagir com um suspeito).
Entre 2009 e 2010, ele era servidor nomeado no gabinete de Ciro Nogueira na Câmara. Também teve lotações em diferentes gabinetes no Congresso, como o do deputado pernambucano.
Em um conjunto de depoimentos à PF, sob o acompanhamento de um defensor público, o ex-assessor afirmou que fez dezenas de viagens para transportar dinheiro vivo, principalmente para Eduardo da Fonte, mas também para Ciro Nogueira. O partido deles, o PP, é um dos principais implicados nos esquemas de desvios investigados na Operação Lava Jato, hoje principal legenda de sustentação do governo Bolsonaro.