O presidente Jair Bolsonaro (PSL) exonerou Luiz Augusto de Souza Ferreira do cargo de presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), após publicação no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (4).
Como reação, Ferreira afirmou que foi demitido “por ser correto”. A exoneração de Ferreira acontece um dia após Bolsonaro dizer que ou ele ou o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, “perderiam a cabeça”.
Acabo de ser demitido. Sem apuração. Por ser correto. E ok. ? O que eu já previa. Os covardes cada vez mais tomam conta do governo. Agradeço ao presida @jairbolsonaro Espero que Deus possa iluminar suas decisões. E que abra seus olhos. E rápido. pic.twitter.com/gc4UfO4Wlg
— Guto Ferreira (@guto_sferreira) September 4, 2019
Antes da demissão, em uma entrevista à revista Veja, Ferreira acusou o secretário de Produtividade de fazer “pedidos não republicanos”. Na entrevista, Ferreira não especificou que pedidos não republicamos lhe foram feitos pelo secretário de Produtividade, mas disse que se recusou a atendê-los.
“Não tenho a menor dúvida que o motivo da discussão da minha saída é o ódio do secretário Carlos da Costa porque não atendi aos pedidos não republicanos dele e os quais, inclusive, tenho provas para apresentar para o presidente”. Luiz Augusto de Souza Ferreira, entrão presidente da ABDI, à revista Veja.
No lugar de Ferreira, Bolsonaro nomeou Igor Nogueira Calvet para exercer o cargo com mandato de quatro anos. De acordo com o site do Ministério da Economia, Calvet é doutorando e mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e já atuou como analista de mercado na Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Antes da troca, Bolsonaro já pretendia demitir ao menos um dos dois:
“Eu tomei conhecimento, estou louco para saber. Já entrei em contato com o Paulo Guedes e quero saber que pedido é esse. Um dos dois, no mínimo, vai perder a cabeça. Não pode ter uma acusação dessas. Vão dizer que ele ficou lá porque tem uma bomba debaixo do braço. Não é esse o meu governo. Já determinei para apurar e um dos dois, ou os dois, perderão a cabeça”. Jair Bolsonaro, presidente.