Através de sua assessoria, o ministro dos Transportes, Renan Filho, informou que vai devolver o presente dado pela comitiva da Arábia Saudita que esteve no Brasil nesta semana.
O alagoano se torna portanto o terceiro integrante da alta cúpula do governo Lula a devolver presente dos sauditas, se juntando ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Ambos devolveram réplicas de animais feitos com pedras preciosas e ouro, que foram entregues em mãos pelo ministro de Investimentos da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, em evento em São Paulo.
Renan Filho recebeu um bule, mas não soube precisar o material do qual o item é feito nem o valor estimado. Sabe-se que Haddad ganhou uma onça de ouro e Alckmin um camelo feito com metais preciosos.
Agora, o presente deverá passar por avaliação da assessoria internacional do Ministério dos Transportes, que deverá entrar em contato com a Embaixada da Arábia Saudita na capital brasileira para que o objeto seja entregue.
A onça de ouro recebida por Haddad será devolvida à embaixada da Arábia Saudita em Brasília e incorporada ao patrimônio da União, devido ao alto valor do presente.
Caso o governo saudita queira reenviar o presente, será necessário que sejam cumpridos os trâmites exigidos pela legislação brasileira.
O camelo dado a Alckmin, de acordo com a assessoria da Vice-Presidência da República, foi devolvido no início da noite de segunda-feira.
Bolsonaro
Por causa da entrega de presentes da Arábia Saudita e de países vizinhos sem declaração à Receita Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro está sob investigação.
Em abril, a defesa de Bolsonaro devolveu três kits de joias recebidos do governo saudita em 2019. Os objetos estão em poder da Caixa Econômica Federal.
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Vale constar que, com diversas tentativas, o ex-presidente tentou tomar para sair os presentes, avaliados em mais de 5 milhões de reais.
Procuradores do Ministério Público Federal apontaram os primeiros indícios de crimes relacionados ao caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o MPF, a destinação desses bens ao patrimônio pessoal de Bolsonaro poderia configurar o crime de peculato, caracterizado pelo desvio de recursos públicos