20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Deputada Zambelli antecipou operação da PF contra governador do Rio

Carla Zambelli com informações privilegiadas das operações da Polícia Federal

A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) demonstrou ter informações privilegiadas sobre investigações da Polícia Federal, no início da segunda-feira, 25, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Declarou na emissora que a PF estava deflagrando operações para investigar irregularidades cometidas por governantes durante uma pandemia.

“A gente já teve algumas operações da Polícia Federal que estavam lá, na agulha, para sair, mas não saíam. E um povo deve ter, nos próximos meses, quem vai chamar, talvez, de ‘Covidão’ ou… não sei qual será o nome que eles vão dar… mas já tem alguns governadores sendo investigados pela Polícia Federal ”, disse a parlamentar.

Nesta terça-feira, 26, a PF deflagrou a Operação Placebo, que atinge o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Agentes cumprem mandado de busca na residência oficial do governador.

Na mesma entrevista, Zambelli declarou que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro fez uma “investigação seletiva”, com “predileção pelo PT”. “Ele tinha predileção em investigação e condenação por PT, legitimamente (…) Se falava (dentro da Polícia Federal) sobre a falta de suporte operacional para a investigação mais correta. Hoje, eu olho para trás e verifique se essa falta de suporte operacional pode estar ligada ao fato de que Sergio Moro teve uma investigação seletiva ”, disse.

Fato é que a Operação Placebo ocorre pouco mais de um mês após a saída do Moro da massa e um cenário de denúncias sobre tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na corporação. Também vale lembrar a fala da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) durante uma reunião ministerial do dia 22 de abril, quando ela falou em “governadores e prefeitos” pelas medidas adotadas para enfrentar pandemia de covid-19.

“Uma pandemia vai passar, mas governadores e preferem responder a processos e vamos pedir inclusive uma prisão de governadores e preferidos. E nós tamo subindo o tom e discursos tão chegando (sic). Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos. Nunca viemos o que está ocorrendo hoje ”, disse Damares, durante uma reunião.