A nova fase na cúpula do Tribunal de Justiça de Alagoas transcende o sinal dos tempos e revela um momento diferenciado, a partir da gestão serena e equilibrada do desembargador Otávio Leão Praxedes.
A fase é tão marcante que um magistrado não menos equilibrado e também sereno, como desembargador Alcides Gusmão da Silva, renuncia ao direito de presidir a corte, quando tinha sido eleito para a gestão de 2019-2020.
E o fez, diga-se de passagem, por uma razão de alta relevância pessoal. Antes de ser presidente quer dedicar parte do seu tempo para cuidar dos pais idosos e fragilizados pelas doenças da própria condição, como disse em sua carta renúncia.
O ato é de um ineditismo jamais visto no judiciário, onde as vaidades e a imponência do status de autoridade permeiam o cotidiano do Poder.
Quem nos dias de hoje abriria mão do poder para cuidar de pai e mãe idosos?
O magistrado Alcides Gusmão dar a todos uma lição da essência do ser. Ele fez sua escolha em um gesto de nobreza que poucos assim entenderão no mundo de hoje.
Ou melhor, uma lição existencialista, bem ao que prega Sartre, quando diz que no homem a existência precede a essência, e esta é construída através da liberdade responsável que o homem manifesta ao escolher sua própria vida.
O poder, tão disputado por tantos, não foi sua prioridade.
P.S. – O desembargador Tutmés Airan de Albuquerque será o futuro presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas.