20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Dívida em empresa usada durante campanha pode deixar Bolsonaro fora das próximas eleições

Com limite de gastos de R$ 133,4 milhões, a campanha de Bolsonaro declarou ter tido despesas de R$ 89 milhões na corrida eleitoral

A gráfica Impactus informou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) não declarou dívida de R$ 53,6 mil, referente à contratação de serviços para confecção de materiais de campanha.

Candidatos que não declararem os gastos de campanha, ou apresentarem informações comprovadamente falsas, ficam sem o comprovante de regularidade na Justiça Eleitoral, a chamada quitação eleitoral, pelo prazo do mandato ao qual concorreu e, ultrapassado esse prazo, até que as contas sejam apresentadas.

A omissão é ilegal e, se comprovada, Bolsonaro não poderá apresentar candidaturas nas próximas eleições.

“Esse valor é extremamente significativo e, indiscutivelmente, deveria estar devidamente apresentado à Justiça Eleitoral. Remanescendo, portanto, dívida de campanha não saldada e flagrantemente omitida da prestação de contas”. Raul Araújo, ministro relator do processo de prestação de contas da chapa de Bolsonaro e seu candidato a vice, Walter Braga Netto (PL).

Segundo a nota fiscal apresentada ao TSE, a campanha bolsonarista encomendou adesivos microperfurados no fim de outubro deste ano. O documento aponta ainda o endereço da sede do comitê de campanha do político no Lago Sul, bairro nobre do Distrito Federal.

Com limite de gastos de R$ 133,4 milhões, a campanha de Bolsonaro declarou ter tido despesas de R$ 89 milhões na corrida eleitoral. Desse total, R$ 12,5 milhões foram com serviços gráficos.

A maior parte dos recursos foi investido em impulsionamento de conteúdos na internet (R$ 33 milhões). Só o Google recebeu 27,8 milhões durante a campanha.