19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

É seguidor de Bolsonaro? A PGR pediu seus dados ao Instagram, TikTok, Twitter e YouTube

Inquérito apura se Bolsonaro cometeu crimes ao postar um vídeo com ataques às urnas depois do 8/1

Bolsonaristas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, recebeu uma solicitação do Ministério Público Federal: uma lista completa e os dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro de redes sociais como Instagram, TikTok, Facebook, YouTube, Twitter e LinkedIn.

O pedido faz parte do inquérito que apura se houve cometimento de crimes por parte de Bolsonaro, dois dias depois da tentativa golpista de 8 de janeiro, ao postar um vídeo, já apagado, com ataques ao sistema eleitoral.

O ex-presidente já prestou esclarecimentos por causa do post e afirmou aos investigadores da Polícia Federal que estava sob efeito de medicamentos no momento. Resumindo: mandou um “foi mal, tava doidão”.

Leia mais: Bolsonaro culpa confusão e efeito de medicamentos ao duvidar das urnas em postagem

Foi o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável na PGR pelo inquérito, que pediu à Meta uma cópia do vídeo e para que as empresas informem a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, repostagens, comentários e demais métricas aferíveis.

A PGR também quer as postagens de Bolsonaro referentes a eleições, urnas eletrônicas, TSE, STF, Forças Armadas.

No entanto, Carlos Frederico Santos foi contra depois pedidos do MPF para ouvir especialistas em comunicação política de movimentos extremistas e no monitoramento de grupos de apoiadores de Bolsonaro, por não haver tal especialista que execute “um trabalho isento, sem qualquer viés ideológico ou partidário”.

Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro, através de sua defesa, falou em “grande preocupação com o exercício da liberdade” com esse pedido da PGR ao STF. E ainda afirma que Jair “jamais incitou, induziu ou teve participação”.

Jair Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília em 2020. Foto: Pedro Ladeira

“Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião , que se pretenda requerer aos servidores provedores de redes sociais o envio da lista completa e respectivos dados de identificação de todos os seus seguidores em redes sociais. Tal informação não guarda qualquer conexão lógica com o fato em apuração —sobre o qual o presidente já prestou declarações, esclarecendo todas as circunstâncias—, tratando-se de inaceitável e absurda tentativa de monitoramento político”. Paulo da Cunha Bueno, advogado.