7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Economistas: Greve de caminhoneiros vai piorar emprego, inflação e PIB

Projeção do PIB foi reduzida de 2,5% para 2,2%; Número de desempregados deve saltar de 11,2 milhões de pessoas para 13,4 mi

Mesmo depois do fim da greve dos caminhoneiros, os protestos que pararam o Brasil ao longo dos últimos dias deixarão consequências graves para a economia brasileira. Analistas afirmam que os efeitos vão desde um crescimento menor da economia, passando por uma alta na inflação, até uma retomada mais lenta do emprego.

Segundo o economista da Órama Investimentos Alexandre Espírito Santo, com o o prolongamento da greve, foi reduzida de 2,5% para 2,2% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o fechamento de 2018.

“Existe todo um problema relacionado ao que foi perdido e ao que deixou de ser produzido na indústria. Nas minhas contas, essa greve deve ter um impacto de até 0,3 ponto percentual no resultado do PIB”, disse.

No último dia 22, mesmo antes da mobilização, o governo reduziu de 2,97% para 2,50% a projeção para o crescimento da economia em 2018.

Agora, embora a equipe econômica afirme que a estimativa esteja mantida, integrantes do governo dizem internamente que existe o risco de essa alta ficar perto de 2%.

Apenas para garantir uma redução de R$ 0,30 no preço do diesel nas refinarias, de um total de R$ 0,46 de desconto, o governo afirmou que pagará do bolso R$ 9,5 bilhões até dezembro.

Mesmo com o acordo firmado com os caminhoneiros, a equipe econômica disse que a meta de economia para o ano está mantida. O objetivo do governo é registrar um resultado negativo de R$ 159 bilhões no ano, considerando a diferença entre receitas e despesas. Mas a União não terá mais um centavo de sobra para gastar.

Outras greves, menos vagas

Na avaliação do economista da Órama, o pior não é a greve dos caminhoneiros em si, mas o risco de outras categorias seguirem o mesmo exemplo. Os petroleiros iniciaram uma mobilização exigindo redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, entre outras reivindicações.

Antes, havia uma projeção da taxa de desemprego em 10,8% no fim do ano, ou cerca de 11,2 milhões de pessoas sem trabalho, mas essa estimativa deve ser revista. Hoje, pelos números do IBGE, há 13,4 milhões de desempregados no Brasil, o que equivale a uma taxa de desocupação de 12,9%.