28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Economistas já se preocupam: Brasil deve ter mais um ano perdido

Projeções do crescimento do PIB deste ano já são 40% menores que as previsto no começo de janeiro

Lua de mel do governo com analistas econômicos acabou

A lua de mel do mercado com o governo Bolsonaro pode ter acabado. A percepção agora é de que o país terá mais um ano perdido na economia, de acordo com analistas de mercado. As previsões do crescimento do PIB não param de cair.

O Bradesco revisou a projeção para 1,1%, corte de 0,8 ponto percentual em apenas um mês, o que levaria à mesma taxa registrada em 2018 e em 2017. Santander e Itaú cortaram suas estimativas a 1,3% e novos cortes continuarão a ser feitos, como reflete o mercado nas estimativas do Boletim Focus do Banco Central.

Na semana passada, a previsão de PIB foi reduzida todos os dias. Na média, os economistas ainda projetam avanço de 1,49% ao final de 2019, um crescimento de PIB 40% menor que o previsto no começo de janeiro (2,5%), quando o mercado ainda alimentava a euforia com o governo e sua equipe econômica dos sonhos.

Comparativos

Em 2018, houve um corte da mesma magnitude, mas que só ocorreu em junho, um mês depois de a paralisação dos caminhoneiros travar a economia em um momento em que o país sofria também com a turbulência vinda do exterior, pela alta de juros nos Estados Unidos.

Já em 2015, no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), a revisão no crescimento foi feita ainda em janeiro. O mercado começou o ano prevendo alta de 0,48%, mas em 21 de janeiro passou a estimar 0,30%.Naquele ano, a economia brasileira encolheu 3,5%.

O PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no fim do mês, e, baseado nos dados econômicos conhecidos, como produção industrial e vendas no varejo do período, a projeção é que ele tenha caído 0,2%.

O tombo do primeiro trimestre é especialmente frustrante porque mostra uma reversão de expectativas muito rápida. Os indicadores de confiança, que vinham em alta até janeiro, recuaram para níveis pré-eleitorais, e a avaliação do presidente foi posta em xeque rapidamente.

Projeção do PIB só faz cair