2 de junho de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Em discurso moderado, Bolsonaro pede ajuda e promete neutralidade climática até 2050

Assim como em seu pronunciamento na ONU em setembro passado, Bolsonaro voltou a mentir para mundo

De forma mais moderada, sem acusar ONGs, indígenas ou ameaçar rivais com pólvora, o presidente Jair Bolsonaro disse hoje, em discurso na Cúpula dos Líderes sobre o Clima, que o Brasil está aberto à cooperação internacional. Ele também prometeu que o país atingirá a neutralidade climática até 2050.

O presidente, no entanto, evitou números e fatos em sua fala e não fez referências aos atuais recordes de desmatamento registrados na Amazônia. Mas disse que pretende acabar com a atividade ilegal no setor até 2030.

“Coincidimos, senhor presidente, com o seu chamado ao estabelecimento de compromissos ambicioso. Nesse sentido, determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050. Antecipando em 10 anos a sinalização anterior. Entre as medidas necessárias para tanto, destaco aqui o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 com a plena e pronta aplicação do nosso código florestal. Com isso reduziremos em quase 50% nossas emissões até essa data”. Jair Bolsonaro, presidente.

O pronunciamento ocorreu durante os trabalhos da cúpula do clima, evento virtual organizado pelo líder americano, Joe Biden. No total, a videoconferência reúne 40 dirigentes, entre os quais o chinês Xi Jinping e o russo Vladimir Putin.

Mentiras

Assim como em seu pronunciamento na ONU em setembro passado, Bolsonaro voltou a mentir para mundo. Afinal, não há no Brasil “fortalecimento dos órgãos ambientais” e promessas como acabar com o desmatamento não podem ser levadas a sério diante do histórico de seu governo.

Cúpula

A Cúpula de Líderes sobre o clima, que tem a Casa Branca como anfitriã, é uma iniciativa alinhada com a narrativa eleitoral de Biden, que derrotou nas urnas o concorrente à reeleição, o republicano Donald Trump. A

gestão do ex-presidente ficou marcada por rupturas em relação a compromissos de preservação ambiental e preocupação com mudanças climáticas. Foi assim com o histórico Acordo de Paris, por exemplo.