6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Blog

Em mais uma versão: Cadê o meu dinheiro que estava aqui?

Vândalos completam o serviço iniciado pelo abandono do poder público e destroem estrutura do prédio do TCU, na Praia do Sobral

A deplorável situação do prédio construído e abandonado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), à beira mar do bairro do Trapiche, em Maceió, tornou-se ainda mais degradante nos últimos dias.

Como uma ação anunciada – nos mesmos moldes da ação que depenou o edifício Palmares, no Centro da Cidade, há cerca de dois anos – vândalos fizeram um serviço de depredação também no prédio do TCU e acabaram de vez com qualquer possibilidade de utilização da antiga estrutura. Vidros, esquadrias, vigas de ferro, cabos, louça sanitária – tudo o que ainda dava ao prédio uma aparência de edificação – foram arrancados, levados ou destruídos, exatamente como costuma acontecer em ‘terra’ sem dono.

Há um ano, precisamente no dia 9 de fevereiro de 2017, mostramos, em matéria no blog, a situação de abandono do edifício, que este ano completa 20 anos de construído. De lá para cá, a situação só piorou, sem que nenhuma providência fosse tomada.

O quadro representa um alto potencial de risco de acidente grave, com pedaços de ferro, lâminas de aço e outras estruturas que resistiram à depredação, pendurados na mira de pedestres que passam pela calçada, e até dos veículos que transitam por aquele trecho da Avenida Assis Chateaubriand.

Isso sem contar a questão de segurança, que assusta os moradores da região, devido às pessoas que frequentam ou se escondem no local. Ninguém sabe quem são, nem o que querem e nem o que são capazes de fazer.

Em dezembro passado, uma boa notícia foi anunciada pelo secretário de Patrimônio da União em Alagoas, Vitor Braga, em entrevista à TV Gazeta. O prédio, que à época de sua construção custou R$ 1,3 milhão aos cofres públicos, seria cedido à Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codesvasf), que já teria assegurados os recursos para a sua recuperação (eu diria reconstrução) do prédio e ali iria instalar sua sede em Alagoas.

Bom… A informação era de que a cessão seria na semana seguinte – ou seja, ainda em dezembro.

Lá se vão dois meses e nada acontece.

O que prevalece, por enquanto, é a visão de ruína e o sentimento de dinheiro jogado fora – dinheiro do povo – corroído pelo abandono e pelo desrespeito de quem deveria cuidar do patrimônio público.