19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Violência

Empresário acusado de agredir ministro Moraes disse que sequer falou com ele

Montavonni disse a PF que viu o ministro em um restaurante mas não lhe dirigiu nenhuma palavra. Ele é acusado de dar um tapa no filho de Moraes

Roberto Montavonni Filho, o chefe do grupo acusado de agressão em Roma

A Polícia Federal abordou no aeroporto de São Paulo, o grupo familiar brasileiro, acusado de agredir verbalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e, fisicamente, o filho do magistrado, durante encontro no aeroporto de Roma.

O empresário Roberto Mantovani Filho, 71, representante do grupo disse aguardar um comunicado oficial sobre a acusação que pesa contra ele para poder detalhar sua versão do episódio.

O empresário Roberto Mantovani Filho disse que estava acompanhado de sua família, incluindo duas netas, de 4 e 2 anos, ao serem questionados por agentes policiais na chegada ao Brasil. Por isso, preferiu não conversar com uma delegada da PF na madrugada deste sábado (15/7), deixando para comparecer à corporação posteriormente.
Mantovani afirmou que avistou Moraes no aeroporto internacional de Roma nesta sexta-feira (14/7), mas que não falou com ele. “O que eu posso falar para você é que eu vi realmente o ministro. Ele estava sentado em uma sala, mas eu não dirigi nenhuma palavra a ele”, disse.
Os agentes investigam ainda se houve agressão a um dos filhos do ministros. Questionado sobre essa suspeita, o empresário preferiu não comentar.

 

“Isso aí a polícia não perguntou nada a respeito, por isso eu prefiro aguardar para saber do que estou sendo acusado, se minha família sendo acusada de algo”, afirmou.

Ao desembarcarem no Brasil na madrugada deste sábado, por volta das 5h, o empresário e a família foram ouvidos por agentes federais.

“Nós conversamos [com os policiais federais] e eles pediram para fazer um breve relato do que tinha ocorrido em Roma. Eu fiz esse relato”, disse Mantovani.

De acordo com ele, como estava acompanhado “das minhas duas netas, de 4 e 2 anos, da minha filha, do meu filho de 20 anos, do meu genro e da minha esposa”, o grupo decidiu ir embora.

“Vou aguardar um comunicado [da PF] para saber do que eu estou sendo acusado”, disse.

Entenda o caso

O ministro e a família voltavam de uma palestra na Universidade de Siena, uma das mais tradicionais daquele país, quando foram cercados no aeroporto por três brasileiros. O ministro foi xingado de “bandido”, “comunista” e “comprado”, por uma mulher identificada como Andrea. Na sequência, um homem que, de acordo com a PF, se chama Roberto Mantovani Filho, reforçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, que acompanhava o pai na viagem.

O rapaz teria tentado intervir para evitar as agressões verbais ao pai e acabou levando um tapa. Um terceiro homem, identificado como Alex Zanatta, também participou do ataque, xingando Moraes e família com palavrões.

Eles não foram presos, mas serão alvos de um inquérito da PF.

Os agressores, de acordo com a Polícia Federal (PF), já foram identificados e serão alvo de uma investigação. Lideranças políticas cobraram apuração rigorosa e manifestaram solidariedade ao ministro.