20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Endereços de Marcos do Val são alvos de busca da PF e redes sociais são bloqueadas

Investigado sobre um suposto plano golpista que envolveria Jair Bolsonaro e federal Daniel Silveira, senador também teve celular e computadores apreendidos

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão em todos os endereços de Marcos do Val (Podemos-ES) no Espírito Santos e em Brasília, inclusive em seu gabinete funcional, no dia do aniversário do senador.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também determinou que o senador se abstenha de publicar e promover notícias falsas e ataques as instituições, mas que negou o pedido da PF para prender o senador.

Horas antes, Do Val fez uma publicação no Twitter na qual dizia que as ações do ministro são inconstitucionais. O senador também disparou mensagens com críticas ao ministro no início da tarde de hoje, pelo WhatsApp.

Às 13h22m, o senador enviou a seus contatos três vídeos com falas dele sobre a CPI do 8/1, um deles intitulados: “Do Val diz que Moraes sabia dos atos de 8/1 e que brasileiros sabem que o governo prevaricou”. A informação é do blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Golpe

A investigação está relacionada aos relatos do senador sobre um suposto plano golpista que envolveria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). O senador teve o celular e computadores apreendidos.

Desde que afirmou ter sido coagido a tentar incriminar Alexandre de Moraes, o parlamentar mudou de versão várias vezes. O senador chegou a dizer que forjou a história para tentar afastar Alexandre de Moraes da investigação contra Bolsonaro.

Os policiais fazem buscas em três endereços: no gabinete do senador e nas casas dele, em Brasília e em Vitória. O Twitter, Instagram e Facebook do parlamentar foram retirados do ar e agora aparece a mensagem de “Conta Retida por determinação legal”.

Do Val é investigado por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta de governo legalmente constituído, associação criminosa e divulgação irregular de informações confidenciais. Sua assessoria diz que “Marcos do Val não vai se pronunciar ainda” e a assessoria do Podemos afirmou que não vai comentar a operação. O processo está em sigilo no STF.