O coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PM do Distrito Federal que foi preso a pedido do STF por sua omissão durante os ataques terroristas a Brasília por fanáticos bolsonaristas, não está lidando bem com sua estada na prisão.
Ele é acusado de ter se omitido e simplesmente não ter feito nada para que a tropa sob seu comando repelisse os vândalos criminosos, mas agora quer que alguém faça alguma coisa por ele desde que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou seu encarceramento.
Segundo seu advogado, Thiago Turbay, o militar encarcerado estaria passando por uma grave situação de saúde mental e geral desde o momento em que foi levado detido para o Regimento de Polícia Montada de Taguatinga, desde o dia 10
Com picos de hipertensão arterial provocado por constantes crises de ansiedade, o coronel já teria feito uso do serviço médico da unidade prisional em que está algumas vezes.
Além disso, Vieira também apresenta crises de choro repetidas e falta total de apetite, levando-o a rejeitar as refeições oferecidas pelo regimento onde está detido. No momento, ele está em local isolado e sem comunicação alguma.
De acordo com Turbay, a situação de seu cliente se agravou após os primeiros contatos que ele teve com familiares, em visitas.
Crime grave
A ordem de prisão expedida por Moraes aponta que os comportamentos do coronel Vieira e do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, “são gravíssimos e podem colocar em risco, inclusive, a vida do presidente da República, dos deputados federais e senadores e dos ministros do Supremo” e que “sua omissão ficou amplamente comprovada pela previsibilidade da conduta dos grupos criminosos e pela falta de segurança que possibilitou a invasão dos prédios públicos”.
No pedido de liberdade feito pela defesa do policial, os advogados argumentam a “inexistência de omissão pessoal do coronel Fábio Augusto Vieira com relação à estruturação da segurança no dia 8, uma vez que o planejamento técnico da operação não estava dentro de suas atribuições, mas a cargo do Departamento de Operações”.
O ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Coronel Fábio Augusto Vieira disse em depoimento à Polícia Federal que “todos os informes da inteligência apontavam que não havia indicativo de ações violentas”, no domingo (8), quando houve a invasão da Esplanada dos Ministérios.
A petição formulada pelos advogado também afirma que o então comandante teria usado de todos os meios de que dispunha para evitar o resultado final das ações terroristas e finaliza com a alegação de que a decreto de intervenção federal na segurança pública do DF teria tirado dele qualquer capacidade de eventual destruição de provas, o que colocaria por terra um suposto risco em sua soltura.
Os advogados reclamam do fato de não terem tido acesso à integra do processo. A audiência de custódia de Vieira decidiu por manter o coronel preso por tempo indeterminado.