19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques é preso por suposta interferência nas eleições

Integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam dificultado o trânsito de eleitores para favorecer Bolsonaro contra Lula

Ex-diretor diretor Geral da PRF, Inspetor Silvinei Vasques

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (9/8), a Operação Constituição Cidadã, com o objetivo de esclarecer o suposto uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral relativo ao segundo turno das Eleições Presidenciais de 2022.

Na operação, o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques foi preso preventivamente na manhã de hoje em Florianópolis. Ele é investigado por interferência no segundo turno das eleições.

O ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão imediata das blitz sob pena de prisão de Vasques. Na véspera das eleições, Vasques declarou seu voto em Bolsonaro nas redes sociais.

De acordo com as investigações, integrantes da Polícia Rodoviária Federal teriam direcionado recursos humanos e materiais com o intuito de dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022.

Naquele dia, a PRF realizou blitz e atrapalhou a movimentação dos eleitores, sobretudo no Nordeste, onde Lula (PT) tinha vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL).

Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país.

Mandados

Policiais federais cumprem 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.

O nome da “Operação Constituição Cidadã” é uma referência à Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia.