19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ex diz que Arthur Lira a esganou enquanto perguntava ‘tá vadia?’ e o acusa de estupro

Ressurgimento da acusação acontece após uma série de medidas judiciais do presidente da Câmara contra portais de notícias

Jullyene Lins, ex-mulher do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados, o acusou mais uma vez de agressões físicas e estupro.

Em entrevista ao Universa, do Uol, Luns afirma que em 5 de novembro de 2006, seis meses após terem se separado, Jullyene foi agredida e estuprada pelo parlamentar depois dele saber que ela estaria se encontrando com um homem.

“Ele dizia: ‘Sua puta, sua rapariga, você quer me desmoralizar’, enquanto puxava meu cabelo e me batia. Quando me deu uma rasteira, eu caí, e ele começou a me chutar”. Jullyene Lins.

O ressurgimento deste depoimento e acusação acontece após uma série de medidas judiciais de Arthur Lira, contra portais de notícias, que exige a regirada de notícias deste cunho contra ele.

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O relato é o mesmo de seu depoimento à polícia de Alagoas há 17 anos, registrado em boletim de ocorrência no dia da agressão.

No boletim de ocorrência, Jullyene disse que foi ameaçada de morte. Consta no documento que ele batia nela “dizendo que ia matá-la para ficar com os filhos”. O caso ocorreu após ele ter tido “ciúme por a mesma estar almoçando com outra pessoa”, ainda segundo o B.O.

O caso gerou um processo que correu na Justiça alagoana contra Lira, por violência doméstica, que contava com depoimentos de quatro testemunhas e um laudo médico que atestou hematomas nas pernas e nos braços de Lins.

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Em 2015, ele foi absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) após Jullyenne mudar seu depoimento. Ela agora diz que foi ameaçada por ele: se não retirasse a queixa, perderia a guarda dos dois filhos, hoje com 17 e 23 anos.

“Ele foi à minha casa, me ameaçou. Não sei nem como conseguiu entrar no condomínio. Bateu na mesa e eu até assustei. Perguntei o que estava fazendo ali, e ele falou que eu ia mudar meu depoimento, falar que me enganei, que estava medicada, alguma coisa, ou iria tirar meus filhos de mim. E você vai me pagar se não fizer isso. Acabo com a sua vida. Dentro de Alagoas, do Brasil, você não vai ser ninguém’”.

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Jullyene não sabe se vai abrir outro processo contra Arthur Lira por violência sexual. Questionada sobre por que voltar a falar sobre o que viveu, ela diz que tomou a decisão “para encorajar outras mulheres” a denunciarem.

Lira, através de sua assessoria, disse que “não está respondendo a qualquer veículo sobre esse assunto de ordem familiar”