7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Fachin homologa delação de Duda Mendonça

Publicitário confirmou que recebeu R$ 6 mi da Odebrecht via caixa dois para campanha de Skaf ao governo de SP em 2014

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin homologou hoje (28) o acordo de delação premiada do publicitário Duda Mendonça com a Polícia Federal. A delação trata das investigações da Operação Lava Jato.

A decisão do ministro foi tomada após a Corte validar autorização legal para que delegados das polícias Civil e Federal possam negociar delações premiadas, conforme previsto na Lei de Organizações Criminosas (12.850/2013).

Em seus depoimentos, Duda confirmou que recebeu R$ 6 milhões da Odebrecht via caixa dois para a campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Skaf é pré-candidato ao governo paulista na eleição deste ano.

O pagamento está sendo investigado no inquérito da Lava Jato que apura se a Odebrecht pagou de maneira ilícita R$ 10 milhões a campanhas do MDB, valor supostamente acertado com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu naquele ano.

Duda Mendonça é o terceiro marqueteiro do PT a assinar delação. João Santana e Mônica Moura já fizeram delação na Lava Jato – a colaboração do casal já foi homologada pelo STF.

Em 2005, Mendonça confessou à CPI dos Correios ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2.

Duda Mendonça chegou a virar réu no processo do mensalão, acusado de receber por serviços ao PT por meio de uma offshore nas Bahamas, mas foi absolvido pelo tribunal. Para os ministros, não ficou demonstrado que ele tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos e, consequentemente, não houve prova de sua intenção de ocultar os valores.