7 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Fiocruz vai desenvolver projeto para uso medicinal da maconha

Fundação prevê o tratamento da epilepsia a partir da cannabis sativa

Com uminvestimento superior a R$ 3,4 milhões, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, vai dar a partida em um projeto de pesquisa para o uso medicinal da maconha (Cannabis sativa).

A pesquisa prevê um conjunto de atividades, que vão desde análises de formas de cultivo da planta, metodologia para extração de substâncias ativas, testes clínicos e controle de qualidade até desenvolvimento do medicamento.

Cannabis Sativa.

Do total dos investimentos, cerca de R$ 400 mil  iniciais são recursos da própria fundação. O restante deverá fazer parte de linhas de crédito disponíveis para a instituição a partir do próximo ano, de acordo com informações do coordenador do Grupo de Trabalho Cannabis Medicinal da Fiocruz, Hayne Felipe da Silva.

O coordenador esteve reunido semana passada com o secretário executivo do Ministério da Saúde, o alagoano Adeilson Loureiro Cavalcante, tratando da questão. O aporte de recursos, segundo a pasta, está em negociação.

A meta primordial do Grupo de Trabalho da Fiocruz é o desenvolvimento de um fitoterápico para epilepsia refratária, denominação dada para a forma da doença de difícil controle com medicamentos atualmente disponíveis no mercado.

O projeto da Fiocruz é um dos que aguardam a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o plantio de maconha com fins medicinais e para pesquisa. “Sem essa autorização, não podemos colocar em prática a pesquisa. Somente vamos trabalhar com folhas plantadas no País”, disse Felipe da Silva.

A Anvisa vai discutir a regulamentação do plantio da maconha para fins medicinais, a partir de julho.