7 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Golfinho com manchas de óleo é encontrado morto em praia de Feliz Deserto, litoral sul de Alagoas

Este é, portanto, o primeiro mamífero morto desde a aparição das manchas de óleo no Nordeste

Foto: Instituto Biota

Um golfinho foi encontrado morto, neste domingo (13), em Feliz Deserto, no litoral sul de Alagoas. Instituto Biota de Conservação, que está fazendo o recolhimento do animal para necropsia, informou que ele tem manchas de óleo no corpo.

Este é, portanto, o primeiro mamífero morto desde a aparição das manchas de óleo no Nordeste, no início de setembro. Segundo relatório do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis), 13 tartarugas e uma ave já morreram por causa do óleo no litoral nordestino.

Apesar disso, só com a necropsia será possível confirmar a causa da morte do golfinho. Neste sábado, novas manchas de óleo apareceram no litoral sul do estado, na Barra de São Miguel, o que levantou a suspeita de que o vazamento permanece ativo em algum local no mar.

A chegada de novas manchas hoje pode sugerir um outro vazamento de petróleo, mas somente a análise desse material poderá indicar que seja de um petróleo distinto daquele que já chegou às praias. Até ontem foram 161 praias atingidas em 72 municípios dos nove estados da região.

Localização do naufrágio do navio alemão

Venezuela, Shell e Segunda Guerra

Apontada como uma hipótese para o derramamento de óleo nas praias do Nordeste, a circulação de navios fantasmas petroleiros pelo Atlântico pode ser motivada pelas sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela, segundo especialistas.

Análises sobre a mancha de poluição, que atinge 156 localidades de 71 municípios, já indicaram que a substância achada nas praias tem “assinatura” venezuelana, mas a origem do poluente ainda é desconhecida.

O Ibama também vai cobrar explicações da Shell sobre o aparecimento de barris no litoral do Nordeste atrelados à empresa. O órgão pedirá cópia do laudo técnico da Universidade Federal de Sergipe (UFS) sobre o material que foi encontrado nos barris que chegaram ao litoral do estado. A Shell já afastou relação entre os barris e as manchas de óleo.

Entretanto, existe a possibilidade do vazamento vir de um navio alemão, afundado em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial.

Um grupo de pesquisadores estudando a origem do óleo que está desaguando nas últimas semanas em praias do Nordeste trabalha com a hipótese do afundado décadas atrás estar sofrendo novo vazamento.

A teoria está sendo investigada pelo químico oceanógrafo Rivelino Cavalcante, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que saiu em expedição nesta semana para coletar amostras a serem enviadas para o Instituto de Oceanografia de Woods Hole (WHOI), nos EUA, que vai investigar a composição do material.