Além de ter fugido para os Estados Unidos antes do fim de seu mandato, Jair Bolsonaro levou as chaves do Palácio do Planalto. Uma picuinha ridícula, pois tudo o que o governo Lula fez foi chamar um chaveiro.
Isso, por si só, mostra o grau de antagonismo entre os dois lados.
Esse, no entanto, não é o motivo para Lula despachar de um hotel em Brasília: a sede do governo e o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, passem por varreduras. Estão procurando grampos, escutas e possíveis ameaças que possam ter sido deixadas pela administração anterior.
Espionagem
Isso se mostra necessário porque, quando a equipe de transição começou a montar o gabinete no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, foi surpreendida pela presença de 30 agentes enviados pelo general Augusto Heleno.
O então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência deu a justificativa de que eles fariam a segurança do local.
O GSI também havia aprontado computadores e equipamentos para a equipe de transição. O gabinete de Lula, entretanto, rejeitou o aparato “oferecido” por Heleno, trouxe maquinário próprio e contratou outra rede de WiFi por conta da desconfiança de que o general estaria tentando espionar os membros da equipe do novo governo.