21 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Interior

Gustavo Feijó: MPE/AL pede afastamento do prefeito de Boca Mata

Ele, também vice-presidente da CBF, e outras 11 pessoas são todas acusadas de integrar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 28 milhões

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio da Promotoria de Justiça de Boca da Mata e do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público (NUDEPAT), ajuizou ação civil por ato de improbidade administrativa em desfavor de Gustavo Dantas Feijó, prefeito da cidade, e mais 11 pessoas.

Todos são acusados de integrar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 28 milhões dos cofres públicos daquele município, com contratação,a partir de licitação fraudada, de serviços que nunca foram prestados. Na petição inicial foi pedido ao Poder Judiciário o bloqueio dos bens dos envolvidos e o afastamento do chefe do Poder Executivo Municipal.

Baseado nas investigações, os Promotores de Justiça acreditam que o prefeito de Boca da Mata instalou dentro dos órgãos públicos municipais um esquema milionário de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os representantes do Ministério Público de Alagoas destacaram ainda que o suposto esquema de desvio de dinheiro também envolveu o fornecimento de combustível para prefeitura de Boca da Mata, por meio da utilização de dois postos de gasolina, estes que pertenciam a familiares ou pessoas próximas ao prefeito.

Para comandar o suposto esquema, que acontece desde 2013, Gustavo Feijó, também vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Região Nordeste, teria se associado a Ricardo Marcel Matos Mendonça, diretor do Instituto da Previdência dos Servidores Públicos do Município de Boca da Mata, braço direito de Feijó nas irregularidades e “dono aparente” do Posto de Gasolina “Auto Posto 20” (Feijó era o real dono do empreendimento familiar), usado na fraude e que ainda teve como sócios: Suelle Sothania Cintra, esposa de Ricardo Marcel; Edson José Bezerra, Davi de Freitas, Diego de Freitas e Felipe de Omena Feijó, todos estes parentes e pessoas próximas do prefeito.

Indiciados

Além deles, participava do referido desvio milionário de dinheiro público Antônio Thiago Melo da Rocha, ex-secretário de Finanças de Boca da Mata. Apontado como principal operador financeiro do esquema, ele é dono de outro posto de gasolina, conhecido como “Posto Santo Antônio”, também utilizado nas irregularidades.

Já Jenilda Gomes Lima é proprietária da empresa “Ômega Locação e Terceirização Ltda”, utilizada como fachada para contratação fantasma de serviço de transporte de veículos.

Ainda atuavam como laranjas da fraude Roberto Cunha Rocha e Cynthia Cesar Jatobá da Rocha (pai e esposa de Thiago Melo,); Wellington Carlos Bezerra, irmão de José Edson Bezerra; Hermano Cardoso Pedrosa Filho; Luiz Bastos Cabral, assessor do prefeito; Carlos Alberto da Silva da Graça, supervisor de compras da prefeitura de Boca da Mata e Mariana Omena Feijó, filha de Gustavo Feijó. Há ainda a possibilidade da existência de outros agentes que atuavam no esquema de desvio de verba pública.

Polícia Federal

Em junho de 2017, a Polícia Federal fez operação contra o vice-presidente da CBF, Gustavo Feijó. A operação intitulada de “Bola Fora” investiga esquema de caixa 2 envolvendo campanha política do prefeito de Boca da Mata.