16 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Implode defesa de Bolsonaro com acusações: ‘burro demais’ e ‘corno judeu’

O racha é consequência de uma briga de egos entre Frederick Wassef e Wajngarten.

Wassef implode a defesa de Jair Bolsonaro no caso das joias

Enquanto a Polícia Federal (PF) aprofunda as investigações sobre o tráfico de joias recebidas pelo governo brasileiro para venda nos EUA, uma guerra interna entre os advogados Frederick Wassef e Fabio Wajngarten, ex-assessor de comunicação da Presidência (Secom), implodiu a estratégia de defesa da Organização Criminosa e complicou ainda mais a situação de Jair e Michelle Bolsonaro (PL).

O racha ficou explícito nesta quinta-feira (31) durante o depoimento simultâneo marcado pela PF. Bolsonaro e Michelle seguiram a estratégia do silêncio, proposta por Wajngarten e os advogados Paulo Bueno e Daniel Tesser. Além deles, o coronel Marcelo Câmara também se calou na oitiva.

Wassef, que já ameaçou dar o nome do “mandante” da recompra do Rolex, falou por quatro horas no depoimento à PF. Mais ligado a Mauro Cid, o tenente Osmar Crivelatti também ignorou à orientação dos advogados de Bolsonaro.

A briga da defesa

Segundo o jornalista brasiliense, Plínio Teodoro (Forum), o racha na estratégia de defesa é uma extensão da guerra entre Wassef e Wajngarten.

Pivô do caso das “rachadinhas”, que deu guarida a Fabrício Queiroz em seu sítio em Atibaia, Wassef quer se vingar de Wajngarten, que o chamou de “burro demais” no caso da troca de mensagens com Mauro Cid durante a operação de recompra do Rolex nos EUA.

“Por isso era muito melhor a gente se antecipar”, diz Wajngarten sobre a devolução das joias ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Mas o gênio do [Marcelo] Câmara e Fred contaminam tudo”, emenda, antes de atacar diretamente a capacidade cognitiva do advogado.

A exposição da conversa provocou a ira em Wassef, que, por sua vez, disse a amigos próximos  que vai “acabar com Wajngarten”.

O advogado do clã Bolsonaro se referiu a Wajngarten como o “corno judeu”, que teria vazado informações e “plantado” notícias contra ele.