20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Inelegível: Bolsonaro entrega os pontos e PL vê lado positivo projetando eleger 20% mais candidatos

Um dos trunfos seria a solidariedade dos eleitores, que o veriam como vítima de um sistema jurídico injusto

Por mais que aliados estejam incomodados, Jair Bolsonaro (PL) já entregou os pontos e parece aceitar sem lutar sua inelegibilidade no TSE, que marcou para quinta-feira o julgamento contra o ex-presidente.

Acuado e sem recursos financeiros para fazer suas motociatas (afinal, acabou a mamata do cartão corporativo), ele já está fazendo discurso de quem já sabe que será condenado à inelegibilidade por oito anos

Além de não espernear aos quatro cantos e convocar seu gado para guerra, como fazia quando presidente, Jair pediu até desculpas por uma mentira que contou – a de que a vacina contra Covid-19 faz acumular grafeno nos testículos e ovários.

Na alta cúpula do partido, no entanto, uma condenação de Bolsonaro pode ser vista com bons olhos. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, consultou especialistas em marketing eleitoral e chegou à conclusão de que, fora da cédula, o ex-presidente pode ganhar até mais força eleitoral.

Um dos trunfos seria a solidariedade dos eleitores, que o veriam como vítima de um sistema jurídico injusto. Com isso, o partido poderia eleger um número 20% maior de candidatos além do planejado com Bolsonaro inelegível.

Nas redes sociais, Valdemar projetou que o PL, hoje no comando de 339 prefeituras, pode chegar a 1.500 nas eleições de 2024. E isso só com Bolsonaro sendo inelegível. Imagina só se ele fosse preso.

Julgamento

Bolsonaro e seu então candidato a vice, general Braga Netto (PL), são acusados de abuso de poder político e uso indevido da estrutura da Presidência (TV Brasil) para divulgar informações falsas sobre sistema eleitoral em evento no Palácio da Alvorada, diante de dezenas de embaixadores, em 18 de julho de 2022.

A ação foi movida pelo PDT e é a mais avançada contra Bolsonaro — segundo o partido, o objetivo de Bolsonaro era desacreditar as urnas após o fracasso em aprovar uma proposta de emenda à Constituição que pretendia instituir o voto impresso no país.