19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Inquérito policial acusa cinco por erro médico que amputou perna de idosa no HGE

Um dos profissionais admitiu durante o depoimento que não seguiu o protocolo de cirurgia segura estabelecido pelo Ministério da Saúde

A Polícia Civil de Alagoas finalizou as investigações sobre o erro médico que resultou na amputação da perna de uma paciente, acusando cinco profissionais do Hospital Geral do Estado (HGE).

Além de faltar páginas do prontuário apresentado à psicóloga da unidade hospitalar, o inquérito possui depoimentos convincentes que corroboram essa hipótese.

As informações são do delegado Robervaldo Davino, responsável pelas investigações, nesta quarta-feira (07). A vítima, uma idosa de 73 anos, teve sua perna amputada durante uma cirurgia realizada em abril deste ano.

Segundo o delegado, quatro dos cinco profissionais indiciados pertencem à mesma equipe médica. Uma quinta pessoa, que trabalhava na mesma área e foi indicada, não fazia parte da equipe.

Foram indiciados uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, duas médicas e um médico. Quatro desses profissionais foram indiciados pelo erro cometido. Já o médico foi indiciado por suprimir documentos.

De acordo com o delegado, um dos profissionais admitiu durante o depoimento que não seguiu o protocolo de cirurgia segura estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Erro médico

No dia 21 de abril, duas mulheres com o nome de Maria José estavam em cirurgia no HGE. De acordo com o delegado Robervaldo Davino, a principal linha de investigação é que os nomes completos não foram verificados.

No entanto, o erro não foi exclusivo do HGE. Elinaldo Araújo, filho da vítima, afirmou que sua mãe sempre foi muito ativa, mas sofreu um acidente depois de visitar uma padaria. Ele relatou que a mãe foi à UPA do Tabuleiro dos Martins e depois foi encaminhada para o HGE.

“O laudo saiu da UPA trocado. Foram dois erros médicos. Assim que minha mãe sofreu o acidente e foi encaminhada para a UPA, o laudo dizia que a lesão era no tornozelo esquerdo. Ao entrar no HGE, a lesão apontava o tornozelo direito. Por essa razão, a cirurgia de correção do tornozelo, que deveria ter acontecido no dia 20, ficou para o dia 21. Nesse meio tempo aconteceu a troca de nomes”.