A desembargadora Marília de Castro Neves foi eleita para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), nesta segunda-feira (30), para compor o colegiado de 25 magistrados que julgará o caso de corrupção por meio de rachadinhas no gabinete de Flávio Bolsonaro (Republicanos).
Curiosamente, ela é a mesma condenada por danos morais por mentir e ofender a memória da vereadora Marielle Franco (PSOL) logo após o assassinato da parlamentar a tiros em março de 2018.
No final do mês de outubro, a desembargadora foi condenada pela 21ª Vara Cível do Rio de Janeiro a pagar uma indenização de danos morais à família de Marielle.
Logo após a morte da vereadora, Marília escreveu que a parlamentar teria “engajamento com bandidos” e que teria sido “eleita pelo tráfico”. As afirmações falsas geraram séries de disparos em massa e de fake news contra Marielle, com imagens e informações inverídicas.
A desembargadora já declarou que votou no presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais e chegou a fazer algumas postagens apoiando o então candidato à Presidência da República quando ele foi entrevistado no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, durante a campanha presidencial de 2018.
“Go Bolsonaro Go!!! Let’s make Brazil great again!!!”. Marília de Castro Neves, juíza.
O PSOL, partido da vereadora, ingressou com processos judiciais e com uma representação contra a juíza no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O processo no CNJ ainda está em trâmite. Porém, nem isso, tampouco a condenação pela 21ª Vara Cível foram suficientes para barrar a sua concorrência ao Órgão Especial. O TJRJ não informou quantos votos Marília angariou.