20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Jungmann manda apurar vazamentos em inquérito

Polícia Federal acredita que Michel Temer tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares

O ministro Extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, determinou que a Polícia Federal (PF) apure o vazamento de informações sobre o inquérito que investiga supostas irregularidades no Decreto 9.048, conhecido como Decreto dos Portos.

Em nota , o ministro acrescentou que é “inadmissível” comprometer o direito de defesa de qualquer cidadão ou do Senhor Presidente da República. O ministro acrescentou que vazar informações é ato passível de sanções penais.

“Determinei ao Diretor Geral da Polícia Federal a imediata apuração do possível vazamento ocorrido no curso do inquérito policial […] A violação do sigilo profissional pelos responsáveis pela condução dessa ou de qualquer outra investigação é conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal. Além disso, depõe contra o reconhecido profissionalismo das instituições investigadoras”, diz a nota assinada por Jungmann.

O presidente Michel Temer se queixou do vazamento de informações a respeito do inquérito sobre o Decreto dos Portos, em que ele é um dos investigados. “Como é que a imprensa consegue estas informações? Eu duvido que a imprensa entre de madrugada, seja na Polícia Federal ou onde seja, para, digamos, sorrateiramente ter acesso a esses dados. Alguém, naturalmente, vaza esses dados irresponsáveis”. Temer, então, disse que pediria a Jungmann uma investigação a respeito dos vazamentos.

Lavagem de propina

Seis meses após o Supremo Tribunal Federal determinar a abertura de inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário, uma das principais suspeitas de investigadores da Polícia Federal é de que o presidente Michel Temer tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens.

Marcela Temer, sua mulher, e o filho do casal, Michelzinho, são donos de alguns desses imóveis. A investigação aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel João Baptista de Lima Fillho, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014. Neste mesmo ano, quando Temer foi reeleito vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de familiares do emedebista, da filha Maristela Temer e da sogra, Norma Tedeschi.