16 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Laudo aponta que jovem teria sido envenenada por bombom dado por cigana

Exame de toxicologia encontrou nas amostras biológicas da vítima uma quantidade elevada das substâncias venenosas

Perito criminal Thalmanny Goulart realizou o exame no Laboratório de Química e Toxicologia do Instituto de Criminalística. Foto: Aarão José / Ascom Polcal

Um laudo produzido pelo Instituto de Criminalística de Alagoas (IC) vai contribuir para o avanço nas investigações policiais sobre o inquérito que apura a morte da jovem Fernanda Silva Valoz da Cruz Pinto, de 27 anos. O exame realizado esta semana pelo órgão da Polícia Científica concluiu que ela foi vítima de envenenamento.

De acordo com a família, a vítima passou mal após comer um bombom dado por uma mulher que se apresentou como cigana, que, em momentos antes, tinha lido a mão dela e lhe dito que ela tinha poucos dias de vida. A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) investiga o caso.

O chefe do Laboratório de Química e Toxicologia, perito criminal Thalmanny Goulart, responsável pelo exame, explicou que a unidade laboratorial do IC recebeu do IML de Maceió amostras de humor vítreo, sangue, conteúdo estomacal e urina coletadas durante o exame de necropsia para análise.

Para chegar ao resultado final, o perito analisou essas amostras usando o equipamento de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas

 

“Infelizmente mais um caso envolvendo envenenamento pelas substâncias sulfotep e terbufós. Essas substâncias têm grande prevalência nos casos de envenenamento/intoxicação no Brasil pelo seu fácil acesso, apesar de serem reguladas pelo Ministério de Agropecuária, Pecuária e Abastecimento“, afirmou o chefe do laboratório.

Segundo boletim de ocorrência registrado na Central de Flagrantes da Polícia Civil pela família de Fernanda Valoz, a vítima teria passado mal no dia 3 de setembro deste ano, apresentando dores estomacais, vômito, sangramento pelo nariz, e salivação excessiva expelida pela boca. Ela foi levada às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, vindo a falecer na madrugada do dia seguinte.

A família ainda informou que Fernanda sofria de úlcera e gastrite, cujos sintomas podem ser semelhantes a casos de intoxicação alimentar. Por esses outros motivos alegados pelos familiares, como a suspeita de um possível envenenamento intencional, o óbito de Fernanda Veloz foi registrado como morte a esclarecer, sendo o corpo dela transferido do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para o IML da Capital.

Após o exame cadavérico, e coleta dos materiais biológicos necessários, o IML de Maceió solicitou ao Instituto de Criminalística, os exames complementares laboratoriais para concluir a causa da morte. O laudo emitido pelo Laboratório de Química e Toxicologia foi encaminhado para o IML e disponibilizado também para o 1º Distrito Policial, responsável pela investigação do caso.