20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Lira e Congresso agora querem orçamento secreto na Constituição

Também há possibilidade de usar a verba em outro tipo de emenda, a de comissão, que são definidas pelas cúpulas de cada colegiado permanente do Congresso

Depois que o Supremo Tribunal Federal considerar inconstitucionais as chamadas emendas do relator no Orçamento da União, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), passaram o dia discutindo com líderes partidários possíveis soluções para o problema.

Agora há chances até mesmo o orçamento secreto fazer parte da Constituição.

As emendas de relator, oficialmente chamadas de RP-9, mas apelidadas de orçamento secreto, são responsáveis pela distribuição de cerca de R$ 19 bilhões em serviços e obras pagos por verbas públicas.

São concedidas pelo relator do Orçamento e pelos presidentes das duas Casas do Congresso sem que se saiba o nome do parlamentar autor da proposta. Daí o apelido de Orçamento Secreto.

O ministro Gilmar Mendes chegou a declarar, em seu voto, que não se surpreenderá se o Congresso reagir à decisão do STF constitucionalizando as emendas de relator.

Também há possibilidade de usar a verba em outro tipo de emenda, a de comissão, que são definidas pelas cúpulas de cada colegiado permanente do Congresso, como, por exemplo, a Comissão de Educação ou a de Direitos Humanos.

Como essa emenda não tem um teto definido e não está regrada pela Constituição, o caminho seria mais fácil, sem a necessidade de aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).