Em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta quinta-feira, 2, o deputado Inácio Loiola (MDB) alertou para os prejuízos financeiros que afetariam cidades ribeirinhas com a possível mudança da sede da 5ª Superintendência Regional da Codevasf (Companha de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), da cidade de Penedo para Maceió.
“Será um abalo enorme. O financiamento de projetos em cidades como Penedo, Igreja Nova e Porto Real do Colégio seriam prejudicados”, criticou o deputado sobre a mudança da empresa pública brasileira, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional que contribui para a redução das desigualdades regionais.
Ele reforça que a perda 150 servidores lotados na cidade de Penedo, assim como suas famílias, caso tenham que ir para a capital Maceió, afetaria a economia local. “Seriam R$ 2 milhões em perdas, todos os meses, apenas com o salário dos servidores”, completou Loiola, que acredita que a Codevasf estaria sendo cada vez mais descaracterizada.
“Os investimentos eram apenas para cidades do Vale do São Francisco, com as cidades ribeirinhas de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. Mas depois incluíram o Vale do Parnaíba e a estatal já inclui Mato Grosso, Tocantis e até Roraima. Estão esvaziando a Codevasf como fizeram com a Sudene”, afirma Loiola em sua contextualização histórica.
Ele lembrou que na sua criação, em 1948, a Codevasf atendia a 504 municípios, ou 7,4% do território brasileiro. Desde que entrou em vigor a Lei nº 14.053, de 8 de setembro de 2020, passaram a ser 2.675 municípios e 36,59% do território nacional, em 15 estados e no Distrito Federal.
“Estou subscrevendo uma carta coletiva, assinada pelos prefeitos dos municípios de regiões ribeirinhas, especialmente de Penedo, que será encaminhada para os presidente dos quatro poderes (Lula, Rodrigo Pacheco, Arthur Lira e Rosa Weber), mais o presidente da Codevasf e também aos deputados federais e senadores, alertando para os riscos desta mudança da sede”, encerrou o deputado, afirmando ser, antes de parlamentar, um alagoano vindo de uma cidade ribeirinha e que pede a permanência da superintendência da sede em Penedo.
Aparte
Em aparte, o deputado Fernando Pereira (PP) disse ter conversado diretamente com o presidente do Congresso, Arthur Lira (PP), e com o presidente da 5º Superintendência da Codevasf, Joãozinho Pereira, e a ele foi garantindo de que não haverá mudança de sede.
“Joãozinho me disse que a sede continuará em Penedo. Em Maceió haverá apenas uma extensão e os servidores de Penedo, caso queiram, podem vir para Maceió”, disse o Pereira, completando que o quadro técnico receberia apoio do governo federal.
“A Codevasf atende aos 102 munícipios de Alagoas, então com uma extensão em Maceió seria mais fácil para o deslocamento dos prefeitos, assim como a proximidade de sedes como o IMA”, completou o deputado, reforçando que tanto Arthur Lira, quanto Joãozinho Pereira, garantiram que a sede não sairá de Penedo.
Loiola, de forma respeitosa, discordou dos argumentos. “Alagoas é pequena. Em Minas Gerais, que é enorme, a sede fica em Monte Carlos, um município ribeirinho distante 500 quilômetros da capital Belo Horizonte”, disse o deputado, acrescentando ainda que uma segunda sede arrecadaria apenas em mais despesas.
“Estamos vivenciando uma economia de guerra, do pós-pandemia”, finalizou o Loiola, defendendo ainda que a sede única da 5º Superintendência da Codevasf siga em Penedo. “É uma questão histórica”.