6 de maio de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lorenzoni, futuro ministro de Bolsonaro, envolvido em mais um caso de corrupção

Delatores revelam novo pagamento de propina em caixa dois a Onix Lorenzoni

O futuro ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Onyx Lorenzoni foi pego novamente de calças curtas na lama da corrupção.

Uma nova planilha entregue por delatores da JBS à PGR (Procuradoria-Geral da República) diz que Lorenzoni , deputado federal do DEM,  recebeu via caixa dois uma segunda doação eleitoral, por ele escondida até agora.

No ano passado, o congressista confessou ter obtido da empresa, para a campanha de 2014, R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral.

O documento agora revelado mostra que ele recebeu outros R$ 100 mil em 2012. O pagamento ao deputado foi feito em 30 de agosto daquele ano, em meio às eleições municipais. Segundo os colaboradores, o dinheiro foi repassado em espécie.

Na época o deputado era presidente do DEM no RS e apoiou vários candidatos. Nos registros do Tribunal Superior Eleitoral, não consta doação oficial da JBS ou da J&F —holding que a controla— para a sigla naquelas eleições. Os executivos da JBS relataram esquemas de caixa dois de 2006 a 2014.

Lorenzoni: nova propina

Os dois pagamentos estão sendo investigados pela Procuradoria desde agosto, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin.

A pedido da PGR, ele determinou a instauração de uma petição autônoma —espécie de apuração preliminar— sobre as suspeitas de contribuições ilegais a Onyx e mais 35 políticos.

Em 3 de maio do ano passado, o ex-diretor de Relações Institucionais da J&F Ricardo Saud entregou à PGR anexo de sua colaboração informando que a JBS doou via caixa dois R$ 200 mil a Onyx em 2014.

Foi após o caso ser divulgado que o deputado admitiu ter recebido R$ 100 mil da empresa. Ele não mencionou pagamento em 2012. Afirmou que o dinheiro foi usado para quitar gastos eleitorais e concordou que deveria “pagar pelo erro”.

Na mesma época, o juiz Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, declarou na imprensa que caixa dois de campanha era tão grave quanto pagamento explícito de propina.