A pressão de integrantes do centrão por mais espaços no governo deu certo e o presidente Lula (PT) deu aval para que aliados negociem cargos ao PP e Republicanos no primeiro escalão e também órgãos como Caixa Econômica Federal e Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
O objetivo do presidente seria articular as funções com os parlamentares em bloco, isto é, de forma conjunta, para que uma indicação possa contemplar um grupo político, e não apenas um partido.
A compreensão é a de que uma negociação ampla de cargos terá mais efeito para a formação da base parlamentar de Lula do que trocas pontuais na Esplanada.
Uma sinalização de que esses partidos poderão ocupar o primeiro escalão do governo foi dada no final da semana passada a líderes do centrão e foi crucial para destravar a votação do projeto do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fazendários), considerado matéria prioritária da pauta econômica do governo. Lira havia ameaçado deixar essa votação para agosto
A única certeza que há por ora entre auxiliares próximos do petista é que deputados do PP e Republicanos pediram e o presidente está disposto a oferecer dois ministérios a eles, mas os cargos que serão ofertados não estão fechados.
Em live nesta terça, o próprio Lula citou nominalmente os dois partidos ao tratar das negociações com partidos e ao mencionar legendas com quem mantém diálogo.
Deputados aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esperavam que as trocas ministeriais começassem a ser feitas entre esta e a próxima semana, quando os principais líderes do bloco parlamentar devem retornar a Brasília. Mas integrantes do governo sinalizam que Lula não pretende resolver a questão com essa celeridade.
Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) são os nomes apontados para ocuparem ministérios. Ambos são próximos a Lira.
As pastas seriam o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente chefiado por Wellington Dias (PT), e o Ministério do Esporte, chefiado por Ana Moser.
Esporte
Pra constar, auxiliares da ministra do Esporte, Ana Moser, compartilharam surpreSa com o modo como a chefe da pasta tem lidado com as especulações de que pode perder o seu cargo para o centrão.
Eles estão abalados com a possibilidade, mas têm sido incentivados pela própria ex-atleta a não perder as forças e sim continuar com o trabalho de ampliar o acesso ao esporte no país.
Moser mesmo tem ignorado a pressão, já que em reunião realizada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta terça-feira (11), a ministra discutiu a possibilidade de o Brasil sediar a Copa do Mundo feminina de futebol em 2027, deixando de lado tratar da possível demissão.