27 de julho de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Lula confronta Lira, que segue querendo mais cargos, poder e dinheiro

Presidente da Câmara quer a saída do ministro Padilha de olho em mais emendas parlamentares e fatia do orçamento no ano eleitoral

Após entregar o controle total da Caixa Econômica Federal para Arthur Lira (PP) e diversos outros ministérios para o centrão, o presidente Lula (PT) teria cansado de ceder às demandas do deputado federal alagoano. E já disse que não vai ceder às pressões do presidente da Câmara contra o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT).

Lira que a cabeça de Padilha responsável pela articulação política do governo com o Congresso Nacional. Com isso, Lira teria mais controle ainda sobre as bilionárias emendas parlamentares, operação chave para que seu grupo político abocanhe o máximo de prefeituras e vereadores municipais nas eleições deste ano.

Leia mais: No Globo, a lista de Arthur Lira: Cargos, emendas e demissão de ministro

O calendário de 2024, ano eleitoral, impõe à articulação do Planalto um desafio maior diante da avaliação de que haverá menos tempo para a votação de matérias incluindo as de interesse do Executivo, já que o Legislativo fica esvaziado durante as eleições.

Por isso, a estratégia de auxiliares de Lula é aguardar as próximas semanas para realizar um encontro entre Lira e Padilha e tentar uma reaproximação. Isso porque o governo não quer a troca.

A questão é que os problemas de Lira são com Padilha, não com o governo. A artilharia de Lira se voltou novamente à articulação política do governo e pautas sensíveis, como o veto presidencial a R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares em 2024, ano eleitoral.

Sendo assim, o presidente da Câmara não se negará a dialogar com outros ministros petistas, como Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda), além do líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), e do próprio presidente Lula.

Entretanto, governistas alertam que Lira vem esticando a corda contra o governo, que não foi a eventos impostantes, como a Democracia Inabalada, início do ano legislativo no STF e nem à posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça.

Isso pode abrir espaço para o petista estreitar relações com outros cardeais do Congresso, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o vice-presidente da Câmara Marcos Pereira (Republicanos-SP).