20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lula promete em reunião com governadores identificar quem financiou terroristas

Não é possível um movimento durar o tempo que durou na frente dos quartéis sem financiamento, disse o presidente.

O presidente Lula em reunião com os governadores após atos terroristas em Brasília.

“Vamos chegar a quem financiou os atos terroristas”, disse o presidente Lula (PT) em reunião com os governadores de todos os Estados brasileiros em reunião no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 9.

Ele encerrou o encontro repudiando os ataques terroristas perpetrados por bolsonaristas que, no domingo, 8, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Lula começou sua fala após manifestação dos governadores e outras autoridades do Judiciário e Legislativo nacional. Ele citou uma promessa de campanha de ouvir propostas dos líderes estaduais como uma de suas primeiras ações como presidente para falar sobre o caráter extraordinário do encontro.

Uma das primeiras coisas que eu ia fazer era reunir os 27 governadores para que a gente pudesse discutir os três mais importantes projetos de cada estado para ver se a gente conseguia arrumar dinheiro ou financiamento para colocar o país para andar. Quis Deus que essa reunião de hoje acontecesse antes dessa, em que vocês não vieram reivindicar nada, Vocês vieram prestar solidariedade ao país e à democracia”, disse o petista.
O presidente prosseguiu dizendo que nunca questionou o resultado das eleições que perdeu e criticou a agenda dos manifestantes bolsonaristas pelo país. Lula afirmou que os atos de vandalismos ocorridos em Brasília eram previstos e afirmou que os movimentos de contestação do resultado eleitoral não apresentavam propostas que não ataques à democracia.
“Eles estiveram em todos os estados na frente dos quarteis reivindicando o quê? A melhoria da qualidade de vida das pessoas? Mais liberdade? Aumento de salário? Construção de habitação? Melhoria da produção agrícola? Não. Estavam reivindicando golpe. Era a única coisa que se ouvia falar”, afirmou.
Lula reiterou que as investigações se esforçarão para identificar os financiadores do movimento, além dos que já foram detidos em flagrante, a quem o presidente se referiu como possível ‘massa de manobra’.
“Não é possível um movimento durar o tempo que durou na frente dos quartéis sem financiamento. Gente garantindo o café, o almoço e a janta. Em nome da democracia, nós não seremos autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou […] Foi muito difícil para vocês e para mim conquistarmos a democracia nesse país. Foi muito difícil que a gente tivesse uma constituição que fosse uma carta cidadã respeitada por nós. Foi muito difícil conquistar um direito de manifestação nesse país e a gente quer continuar tendo esse direito. A gente não precisa gostar um do outros, apenas aprender a conviver democraticamente na diversidade”, pontuou.
A reunião na mesa oval do Palácio do Planalto contou com representantes dos 27 estados brasileiros, incluindo nomes ligados ao bolsonarismo e que fizeram oposição ao petista durante a campanha eleitoral, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC) e Romeu Zema (Novo-MG).
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL); e o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); bem como a presidente do STF, Rosa Weber; e o Procurador Geral da República, Augusto Aras, também estavam entre os presentes.
Ao final da reunião, os governadores caminharam com Lula pela Praça dos Três Poderes em ato simbólico após a invasão do espaço da capital que reúne as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.