17 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Mundo

Maduro é anunciado vencedor com 51% dos votos e rival não aceita derrota

‘Ganhamos com 70%’, diz líder da oposição ao rejeitar vitória de Maduro

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela para mais seis anos de mandato. Ele governa o país vizinho há 11 anos, desde a morte de Hugo Chávez, em 2013.

Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 5,150 milhões de votos (51,2%) contra 4,445 milhões (44,2%) do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, segundo informou o órgão responsável pela realização dos processos eleitorais na Venezuela.

De 21 milhões de venezuelanos aptos a votar, 59% compareceram às urnas neste domingo (28), segundo o CNE. O voto é facultativo na Venezuela. Mais cedo, após o encerramento da votação, a oposição falou em votação massiva.

Durante o anúncio do resultado, o CNE disse que foi vítima de um ataque a seu sistema de transmissão de dados. O órgão falou que vai investigar. O ataque foi definido pelo órgão como “terrorista”, mas não foram informados detalhes.

Oposição

A líder da oposição María Corina reivindicou a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, nas eleições presidenciais deste domingo (28) na Venezuela, após a autoridade eleitoral do país proclamar a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

“Queremos dizer a toda a Venezuela e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e ele é Edmundo González Urrutia. Edmundo Urrutia obteve 70% dos votos e Nicolás Maduro 30%. Esta é a verdade. Parabéns, Edmundo”.

Amoroso assegurou que esse boletim divulgado por volta da 1h desta segunda-feira (29), horário de Brasília, reflete uma tendência “contundente e irreversível”, e denunciou “um ataque hacker contra o sistema de transmissão de dados que retardou” a apuração dos votos.

“Foram violadas todas as normas” de votação, declarou Edmundo Urrutia. “Nossa mensagem de reconciliação e paz continua vigente. Nossa luta continua. Não descansaremos até que a vontade do povo da Venezuela seja refletida”, insistiu o candidato derrotado,

Em apelo para os militares venezuelanos, Urrutia disse que “o dever da Força Armada Nacional é fazer respeitar a soberania popular e é isso que esperamos”.

Brasil

O governo brasileiro vai aguardar que as atas da eleição presidencial na Venezuela estejam disponibilizadas para reconhecer os resultados do voto em Caracas.

A precaução de Brasília, segundo Jamil Chade, correspondente da UOL na ONU, é tomada diante da sensibilidade do processo. Mas o Brasil já solicitou à missão da ONU destacada na Venezuela e ao Carter Center que averiguem a acusação dos movimentos de oposição que, na noite deste domingo, denunciam os problemas que estão tendo na apuração dos votos da eleição.

A oposição venezuelana insiste que não teve acesso a muitos boletins de urnas. Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer que os observadores verifiquem a procedência da acusação.