19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Mãe denuncia preconceito e intolerância doentia de clube contra o filho autista

Em registro de BO na Polícia consta que a família praticamente foi expulsa do em clube

Autismo: O preconceito e a intolerância cada vez mais forte no País

A produtora de eventos Carol Monteiro, 41 anos, procurou a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) após ter sido expulsa de um clube localizado no Entorno do DF. Segundo a mãe, o segurança do Águas Correntes Park não permitiu que ela mantivesse a comida do filho de 4 anos, que tem transtorno do espectro autista (TEA).

O clube fica na Cidade Ocidental (GO) e Carol, o marido e o filho estiveram no local na quinta-feira (25/8). “Faz um tempo que temos procurado um lugar com brincadeira e toboágua pra ele. Entramos no site e vimos as regras, e a gente não poderia entrar com alimento”, narra Carol Monteiro.

Segundo a mãe, o menino tem autismo leve e só come um tipo de pão, um tipo de biscoito e toma um tipo de suco; essas restrições alimentares são comuns em crianças do espectro autista. “Toda a legislação diz que se pode carregar a comidinha da criança, é uma questão de bom senso também”, argumenta a produtora.

“Entramos no clube, ele começou a brincar e a gente notou que tinha um segurança que não saía de perto da gente. Quando tiramos a comida ele nos abordou, mas a gente explicou que fomos autorizados”, narra a mãe. Os clientes pediram ao segurança que verificasse com a recepção.

Caso  foi neste clube: Água Correntes Park, em Brasília

Ainda segundo o relato da família, o fiscal saiu e voltou depois de alguns minutos, afirmando que o lanche da criança deveria ser jogado fora, ou os clientes precisariam se retirar do clube. “Nisso meu marido cata tudo e vai saindo, eu fiquei completamente exaltada, porque meu filho estava tendo um dia alegre e tivemos que sair porque teve esse momento de intransigência total”, lamenta Carol.

No momento do bate-boca, uma viatura da Polícia Militar passava pelo clube. A mulher, então, chamou os militares e pediu que eles mediassem a discussão. “O policial mediou e mesmo assim os seguranças foram muito intransigentes. O policial falou que não podia fazer nada porque não era uma situação de flagrante, nos orientou a abrir um BO”, continua a mulher.

A produtora de eventos lamenta que ninguém da gerência apareceu para resolver a situação com os seguranças e no fim não restou alternativa à família que não fosse deixar o clube. Ela afirma que os funcionários do local se mostraram despreparados para lidar com crianças que tem transtorno do espectro autista.

O outro lado

O clube Águas Correntes Park negou ter convidado a família a se retirar e explicou que houve um problema de comunicação interna aliado ao estresse da situação. O clube afirma que vai apurar o que aconteceu para tomar as devidas providências.