A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) teve o microfone cortado de novo durante sessão da CPI do MST. Ela apontou que foi silenciada dessa vez pelo relator, Ricardo Salles (PL-SP).
O microfone de Sâmia foi desligado após a parlamentar citar diretamente Salles, que aproveitou o corte do aparelho para respondê-la. “Deputado Salles, você que está sonhando em disputar a prefeitura de São Paulo contra o Guilherme Boulos e nem seu partido conseguiu convencer, vive acusando ele de invadir a casa alheia e invadiu onde aquelas pessoas moram”, falou antes de ter o microfone cortado.
Salles, então, respondeu que “o barraco estava vazio” quando os deputados entraram ontem. Sâmia questionou o momento da ida dos deputados: “As pessoas trabalham, precisam viver de algum modo. Segunda-feira à tarde ia ter o quê? […] Pois bem, deram com a cara na porta, não encontraram nada”.
Salles e Zucco escancaram as razões para existir CPI do MST: querem fazer lobismo e blindar os grileiros e ruralistas pelos crimes que cometem no campo. Além de cometerem abuso de autoridade e assédio a trabalhadores honestos que lutam por reforma agrária. pic.twitter.com/lgiCJs0OAE
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) May 30, 2023
“Mais um que quer que a PGR faça investigação para cortar o microfone, imagino que o senhor esteja acompanhando as notícias da imprensa, além da Polícia Federal, o senhor vai ter a PGR daqui a pouco”, disse a deputada.
O Ministério Público Eleitoral — ligado ao MPF — pediu que a PGR (Procuradoria-Geral da República) investigue possível prática de violência política de gênero contra Sâmia, após o presidente da CPI, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), desligar o microfone da deputada enquanto ela lia a notícia de que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou retomar uma investigação contra Zucco por atos antidemocráticos.