19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Major bolsonarista preso pela PF foi expulso pelo Exército e é tido como morto

Apesar de tido sido expulso do Exército, a mulher é recebe a pensão de R$ 22 mil

Ex-Major Ailton Barros, amigo íntimo de Bolsonaro

Por essa bolsonarista nenhum esperava: Investigado como um dos articuladores do esquema de falsificação de carteiras de vacinação do Ministério da Saúde, Ailton Barros, ex-Major expulso do Exército Brasileiro — preso na quinta-feira durante a Operação Venire — é tido como morto pela força militar.

Com isso, a “viúva”, Marinalva Leite da Silva Barros, recebe uma pensão bruta de R$ 22 mil, sendo R$ 14 mil líquidos mensalmente, segundo o Portal da Transparência.

A informação sobre o “irmão 02” do ex-presidente Jair Bolsonaro foi divulgada pela Globo News e confirmada pelo Correio Braziliense.

A remuneração para Marinalva é feita pelo menos desde setembro do ano passado. O Correio entrou em contato com a Força para que esclarecesse o caso e, por meio de nota, afirmou que ele foi julgado pelo Superior Tribunal Militar (STM), em 23 janeiro de 2014 — consideraram-no “incompatível com o oficialato, resultando na perda de seu posto e patente”.

Segundo o Exército, apesar da expulsão, Barros não perdeu os direitos que se estendiam aos dependentes. “Em consequência, após a exclusão das fileiras do Exército, o ex-militar foi incluído no sistema como ‘morto ficto’ (morto fictício) para que seus beneficiários legais (no caso a mulher) pudessem receber a pensão correspondente ao posto, cumprindo o previsto na legislação vigente.”

De acordo com o art. 2º da Lei 3.765/60, “os oficiais demitidos a pedido e as praças licenciadas ou excluídas poderão continuar como contribuintes da pensão militar, desde que o requeiram e se obriguem ao pagamento da respectiva contribuição, a partir da data em que forem demitidos, licenciados ou excluídos”.