20 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Mauro Cid, Anderson Torres e General Heleno devem ser convocados para CPMI do 8/01

Como possuem maioria na composição da CPMI, é praticamente certo que os governistas emplaquem o trio a comparecer de forma obrigatória

Governistas já apontam os primeiros convocados, como testemunhas, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro: o general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL); o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente; e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Como possuem maioria na composição da CPMI, é praticamente certo que os governistas emplaquem o trio a comparecer de forma obrigatória perante a comissão. Quem crava esta informação é Tales Faria, do Uol.

No máximo, poderão invocar o direito de permanecer em silêncio. De qualquer forma, espera-se que seus depoimentos tenham um impacto negativo na popularidade de Bolsonaro.

Mauro Cid, por exemplo, está atualmente preso desde que a Polícia Federal obteve fortes indícios de que ele tenha fraudado o cartão de vacinação de Bolsonaro e seus familiares, mas será convocado para a CPMI devido à suspeita de seu envolvimento nos eventos golpistas ocorridos em 8 de janeiro.

Isso porque foram descobertas trocas de mensagens entre Cid e Ailton de Barros, um ex-militar expulso e apontado como miliciano, sugerindo um plano de golpe de Estado com um roteiro muito semelhante à minuta do golpe encontrada no armário do ex-ministro Anderson Torres.

Todas essas evidências levam os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a acreditar que o depoimento de Mauro Cid pode ser explosivo entre os apoiadores de Bolsonaro.

Da mesma forma, o depoimento do ex-ministro Anderson Torres é considerado de alto risco para Bolsonaro. No armário de Torres foi encontrada a chamada “minuta do golpe”, contendo um roteiro para a decretação de Estado de Defesa contra o resultado das eleições e a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Torres também é apontado como um dos responsáveis pela desarticulação do esquema de segurança da Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro, quando era secretário de segurança do Distrito Federal e decidiu tirar folga para viajar à Flórida, nos Estados Unidos, onde o ex-presidente Bolsonaro já estava.

Já com Augusto Heleno, o temor dos bolsonaristas é de que ele fique excessivamente irritado ao ser provocado por parlamentares durante o depoimento e, com isso, também prejudique a imagem do governo Bolsonaro.