Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid e o seu pai, o general Lourena Cid, contrariaram a estratégia do silêncio e falaram muito sobre as joias traficadas para os Estados Unidos.
Cid e o pai contrariaram a estratégia adotada por Bolsonaro e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que ficaram em silêncio. Os dois militares responderam por mais de 10 horas aos questionamentos da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 31.
A oitiva, relacionada à venda irregular de joias nos Estados Unidos, foi a mais longa do caso até agora e considerada bombástica por integrantes da PF.
Mesmo sem a divulgação do teor das declarações da família Cid, fontes da PF dizem que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro forneceu informações novas, o que deve abrir mais linhas de investigação e implicar diligências e oitivas nas próximas semanas.
Pelo longo período que Mauro Cid passou na PF, havia a expectativa de que ele estava negociando um acordo de delação premiada. Preso em um batalhão do Exército desde 3 de maio, o militar foi o primeiro a chegar, por volta das 9h10. Os outros sete investigados se apresentaram à corporação pouco antes das 11h, horário agendado para as oitivas.
A estratégia de tomar os depoimentos simultaneamente — semelhante a uma acareação, mas que não confronta os investigados entre eles — teve como objetivo evitar a combinação de versões.
Enquanto a família Cid falou por horas com os agentes, o casal Bolsonaro, o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten e um assessor do ex-presidente, Marcelo Câmara, permaneceram em silêncio. Outro assessor do ex-chefe do Executivo, Osmar Crivelatti, também foi ouvido.