19 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Mauro Cid finalmente confessa que vendeu joias a mando de Bolsonaro

Novo advogado do militar abandona aliança e entrega ex-presidente

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confessará ter negociado as joias nos Estados Unidos a mando do ex-presidente. A afirmação é de seu advogado, Cézar Bittencourt.

Segundo a Revista Veja, a estratégia agora é admitir sua atuação e indicar Bolsonaro como mandante da negociação. Vale lembrar que ontem mesmo ele afirmo que Cid seria “apenas assessor e que cumpria ordens”.

“Ele confessa que comprou as joias evidentemente a mando do presidente. Comprou e vendeu. Resolva esse negócio e venda”, disse Bittencourt sobre a venda das joias e relógios.

Mauro Cid está preso desde o dia 3 de maio por suspeita de adulterar o seu cartão de vacinação, o de Bolsonaro, o de sua esposa, Gabriela Cid, e de uma de suas filhas, para permitir a ida deles aos Estados Unidos dias antes da posse de Lula.

O advogado é crítico da delação premiada, especialmente pelo uso do instituto durante a Operação Lava Jato e havia descartado essa possibilidade no caso de Cid.

“A gente não pensa em delação, não tem nem por quê. Possibilidade zero. Vou fazer a defesa do Cid, não tem porque delatar ninguém. Eu sou contra isso.”

Joias

Na sexta da semana passada (11), uma nova operação da PF focou no esquema de venda de joias e presentes. Cid e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, foram citados pela PF em negociações para vender presidentes recebidos por Bolsonaro em viagens oficiais.

Os bens são considerados de Estado, e Bolsonaro não poderia apoderar-se dos itens valiosos, segundo entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União). Bittencourt inclusive disse acreditar que as investigações da PF contra seu cliente têm como foco principal Bolsonaro.