8 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

MEC destina força-tarefa para investigar golpe a estudantes alagoanos

Em Alagoas, secretário de Regulação do Ensino Superior identifica irregularidades e anuncia que vai analisar caso a caso

Após três anos cursando Serviço Social na Iderc, em Palmeira dos Índios, a estudante Pollyana Souza descobriu que a faculdade não existia mais para o Ministério da Educação. “Quando faltavam três meses para terminar o curso foi que veio à tona tudo que está acontecendo. A gente não sabe como vai ficar nossa situação: se vamos conseguir migrar para outra instituição ou perder o curso por completo”.

A estudante relatou que, além do tempo e do dinheiro investidos no sonho da graduação superior, veio o constrangimento com a família e amigos e o medo de precisar repetir tudo novamente. Ela foi uma de dezenas de pessoas que compareceram ao auditório do Ifal em Palmeira dos Índios, a convite do Movimento Diploma Legal, para buscar esclarecimentos junto ao secretário nacional de Regulação e Supervisão do Ensino Superior do Ministério da Educação, Henrique Sartori.

Sartori confirmou aos alunos que já foram encontradas irregularidades em vários dos casos apresentados. “O MEC vem tomado uma atitude bastante ativa com relação aos crimes praticados como a oferta irregular de cursos e a emissão de diplomas por instituições que se dizem credenciadas e que, na verdade, não estão”.

O secretário nacional do MEC anunciou que já está criada uma força-tarefa para receber a documentação do estudante que suspeitar de irregularidade. Ele recomendou que todos se organizem via o Movimento Diploma Legal, criado para levar ao MEC os casos de diplomas que não estão sendo reconhecidos pelas entidades de classes, prefeituras, mercado de trabalho ou que sequer foram emitidos.

“Há um trabalho de formiguinha por parte do Ministério da Educação em fazer a busca dessas informações que chegam pra nós, em velocidade alarmante e num quantitativo muito grande

“Quando o líder do Movimento Diploma Legal, João Catunda, esteve em Brasília para pedir que nós, do Ministério, encontrássemos uma solução para esta situação, eu pedi que fosse criada uma força-tarefa. Vamos receber tudo que o movimento unir de documentação e analisar caso a caso”, afirmou o secretário nacional.

 O Movimento

O líder do Movimento Diploma Legal, João Catunda, pediu aos representantes do MEC que encontre uma solução para milhares de estudantes. “São mais de 20 mil vítimas destes golpistas. Queremos que o ministério entenda que os estudantes foram enganados e gastaram tempo e dinheiro para conseguir um certificado de ensino superior”.

João Catunda criou um site para que os estudantes se inscrevam, o www.diplomalegal.com.br. Nele, os alunos vão dar informações sobre sua situação e conferir se o seu certificado está valendo. Os que estiverem irregulares vão receber apoio do movimento para buscar sua regularização.

Também no encontro, o secretário nacional informou que o estudante pode fazer uma consulta sobre a regularidade de sua instituição de ensino superior por meio do portal E- MEC (http://emec.mec.gov.br) ou pelo telefone 0800.61.61.61e, assim, checar as informações institucionais.

O encontro contou com a participação do vice-presidente da Federação Brasileira dos Órgãos de Defesa do Consumidor, João Neto; do presidente do Sindicatos das Instituições Privadas do Ensino Superior de Alagoas, Mário César Jucá; e outras lideranças de professores e estudantes.